sábado, 10 de outubro de 2015

Morrendo em Manaus (1884)

Gustavo Maia Gomes

Em 12 de julho de 1884, o presidente do Amazonas, Teodoreto Carlos de Faria Souto (1841-1893), entregou o cargo. O documento com que oficializou a saída, contém o “Mapa demonstrativo dos óbitos na capital, desde 1/1 até 30/6/1884, excluídos os variolosos”. Ficamos sabendo, assim, de que morriam os manauaras no último quartel do século 19.
Convido meus amigos médicos (sei que os há muitos) interessados em História (já não tenho tanta certeza) a lerem a relação de “moléstias” abaixo. Se puderem esclarecer o que significava, por exemplo, “febre cerebral”, “cachecia palustre” e “garrotilho”, já me ajudarão bastante.
{Os números entre parênteses (...) são a quantidade de mortes atribuída a cada moléstia. As palavras entre colchetes [...] são palpites meus sobre os correspondentes atuais das palavras antigas.}
Febre biliosa (36)
Febre amarela (17)
Febre intermitente (5)
Febre palustre (3)
Febre tífica [tifoide?] (2)
Febre perniciosa (2)
Febre maligna (1)
Febre puerperal (2)
Febre renitente (1)
Febre cerebral (1)
Tuberculose pulmonar (15)
Tuberculose laringar (1)
Gastroenterite (11)
Congestão pulmonar (8)
Congestão cerebral (4)
Pneumonia (7)
Pneumonia dupla (1)
Tísica (7)
Convulsões (6)
Desinteria (6)
Gastro Hepatite (4)
Tétano (4)
Cachecia [?] palustre (4)
Hepatite crônica (3)
Beri-beri (3)
Abcesso (3)
Asfixia por submersão (3)
Interite ulcerosa (2)
Clome [?] (2)
Cancro (2)
Úlcera cancerosa (2)
Tosse convulsa (2)
Enterocolite (2)
Crepitude (2)
Apoplexia (1)
Lepra (1)
Chisose [cirrose?] hepática (1)
Hidropesia (1)
Ferida gangrenosa (1)
Coração (1)
Ferimento profundo (1)
Lesão cardíaca (1)
Ferimento de cabeça (1)
Intoxicação anêmica (1)
Aneurisma (1)
Garrotilho (1)
Gastrite (1)
Ferimento de punhal (1)
Anemia (1)
Queimadura (1)
Moléstia ignorada (62)

(Publicado no Facebook, 9 de setembro de 2015)

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