Quando comecei a trabalhar, como jornalista, no final dos anos 1960, precisava muito dos telefones e estes, ou não existiam, ou funcionavam pessimamente. Naquele tempo, possuir uma linha telefônica era só para quem tinha muito dinheiro, ou podia esperar pelos esporádicos "planos de expansão" das empresas estatais que monopolizavam o desserviço.
Com a privatização da telefonia -- obra do governo FHC -- as pessoas passaram a se comunicar com o mundo. Hoje, elas têm um, dois, três aparelhos. Mas, se é verdade que isso jamais teria acontecido sem a privatização, também é certo que à saída do Estado tinha de corresponder a ação fiscalizadora das agências reguladoras. No caso, a Anatel.
Por um tempo, tudo funcionou direito. Havia muito mais telefones, e eles falavam e ouviam. Mas o sonho durou pouco. Em 2003, assumiria o poder o partido que emprega compadres. O Governo, as empresas estatais remanescentes e as agências tipo Anatel foram inundadas de pelegos. Incompetentes, em todos os casos; corruptos, em muitos deles.
Como seria inevitável, os telefones passaram a funcionar cada vez pior, até atingirem o estágio próximo à surdo-mudez que estamos vivendo hoje. E esta é, apenas, mais uma realização do partido que compra votos dos ricos, com empréstimos de pai para filho; dos deputados, com o mensalão; dos pobres, com o Bolsa Família.
Na Venezuela, o governo obriga as pessoas a saírem de casa com as calças borradas, por falta de papel higiênico. No Brasil, o partido que emprega compadres, compra votos e admira o socialismo bolivariano já destruiu a telefonia. Sua próxima meta é fazer com que as partes baixas de todos nós fiquem tão sujas quanto as dos venezuelanos já devem estar.
Mas a meta do partido nefasto só se cumprirá se ele permanecer no poder, após 2014. Será que nós, brasileiros usuários de telefone e de papel higiênico, permitiremos isso?
Não com o meu voto, tenham certeza.
Gustavo Maia Gomes
(Publicado no Facebook em 25/9/2013)
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