segunda-feira, 24 de março de 2014

Em política, seis meses são uma eternidade

-- Quem vai ganhar a eleição de outubro? 
Tenho duas respostas. Uma simples (“não sei”); outra, ainda mais simples (“nem eu, nem ninguém”). Neste universo de não-sapiência, salvam-se, apenas, os socráticos. Eles sabem o que ignoram, mas não ignoram o que sabem: a governanta não está, em absoluto, “eleita”.
-- Por quê?
-- Porque, em política, seis meses são uma eternidade. E, nesta eternidade...
1. Pode acontecer o racionamento de energia elétrica, com o consequente racionamento dos votos da governanta. Onze anos de incompetência e corrupção generalizada levaram o país à beira do abismo. É só um passo à frente e tchumm!
2. Pode acontecer que o mar de lama onde chafurda a Petrobras experimente convulsões inenarráveis, fazendo todo mundo perceber que ninguém compra refinarias superfaturadas, com o dinheiro dos outros, sem botar uma grana no bolso.
3. Pode acontecer uma derrota humilhante do Brasil na Copa, abalando o triunfalismo do PT. Não é improvável: onze idiotas escolhidos em negociatas e somente preocupados em ganhar dinheiro vendendo sapatos vão ganhar de quem?
4. Pode acontecer que a organização da Copa se revele um desastre, fornecendo petardos para a Oposição lançar contra o governo. Quem freqüenta os aeroportos brasileiros em épocas normais sabe do que estou falando.
5. Pode acontecer uma onda de protestos irrefreável. As manifestações já foram um divertimento de jovens idealistas; hoje são atividade financiada por partidos políticos irresponsáveis, que não perdem a oportunidade de quebrar uma vidraça.
6. Pode acontecer que a inflação, até agora contida na marra pelo governo, dispare, levando junto a Petrobras, a Eletrobrás e o setor sucroalcooleiro, fazendo o povo lembrar das Organizações Tabajaras: “seus problemas começaram”.
7. Pode acontecer que os 60 por cento do eleitorado desejosos de mudanças (segundo o Ibope), finalmente, percebam o óbvio: é mais fácil a governanta botar a pasta de dente no dentifrício do que ela mudar qualquer coisa, a não ser para pior.
8. Pode acontecer que um dos candidatos oposicionistas caia no gosto do povo, devido à sua aparência jovial. No passado, um alagoano ganhou a eleição porque fazia a barba e escovava os dentes, ao contrário do seu antagonista.
Gustavo Maia Gomes
(Publicado no Facebook em 22 mar 2014)

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