-- Quem vai ganhar a eleição de outubro?
Tenho duas respostas. Uma
simples (“não sei”); outra, ainda mais simples (“nem eu, nem ninguém”). Neste
universo de não-sapiência, salvam-se, apenas, os socráticos. Eles sabem o que
ignoram, mas não ignoram o que sabem: a governanta não está, em absoluto,
“eleita”.
-- Por quê?
-- Porque, em política, seis meses são uma eternidade. E, nesta
eternidade...
1. Pode acontecer o racionamento de energia elétrica, com o
consequente racionamento dos votos da governanta. Onze anos de incompetência e
corrupção generalizada levaram o país à beira do abismo. É só um passo à frente
e tchumm!
2. Pode acontecer que o mar de lama onde chafurda a Petrobras
experimente convulsões inenarráveis, fazendo todo mundo perceber que ninguém
compra refinarias superfaturadas, com o dinheiro dos outros, sem botar uma
grana no bolso.
3. Pode acontecer uma derrota humilhante do Brasil na Copa,
abalando o triunfalismo do PT. Não é improvável: onze idiotas escolhidos em
negociatas e somente preocupados em ganhar dinheiro vendendo sapatos vão ganhar
de quem?
4. Pode acontecer que a organização da Copa se revele um
desastre, fornecendo petardos para a Oposição lançar contra o governo. Quem
freqüenta os aeroportos brasileiros em épocas normais sabe do que estou
falando.
5. Pode acontecer uma onda de protestos irrefreável. As
manifestações já foram um divertimento de jovens idealistas; hoje são atividade
financiada por partidos políticos irresponsáveis, que não perdem a oportunidade
de quebrar uma vidraça.
6. Pode acontecer que a inflação, até agora contida na marra
pelo governo, dispare, levando junto a Petrobras, a Eletrobrás e o setor
sucroalcooleiro, fazendo o povo lembrar das Organizações Tabajaras: “seus
problemas começaram”.
7. Pode acontecer que os 60 por cento do eleitorado desejosos de
mudanças (segundo o Ibope), finalmente, percebam o óbvio: é mais fácil a
governanta botar a pasta de dente no dentifrício do que ela mudar qualquer
coisa, a não ser para pior.
8. Pode acontecer que um dos candidatos oposicionistas caia no
gosto do povo, devido à sua aparência jovial. No passado, um alagoano ganhou a
eleição porque fazia a barba e escovava os dentes, ao contrário do seu
antagonista.
Gustavo Maia Gomes
(Publicado no Facebook em 22 mar 2014)
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