Gustavo Maia Gomes
Estou farto de expressões pedantes, muitas delas mal traduzidas do inglês, cada vez mais repetidas. Deus me livre de "pensar fora do quadrado"; ninguém espere de mim "dar o meu melhor"; nem me ouvir falar em "zona de conforto".
Quem está louco para "pensar fora do quadrado" é Lula; quem todo dia "dava o seu melhor" se batendo contra a polícia era Lolita, tipo popular pernambucano; de "zona de conforto", quem entende é marinheiro desembarcado.
Não sou contra a assimilação no linguajar formal ou informal de palavras ou expressões estrangeiras. Só que nem todo estrangeirismo se justifica. Alguns são, realmente, insuportáveis. Deveríamos evitá-los.
Sim, "futebol" é melhor do que "ludopédio"; "show", mais simples do que "exposição". Quem tem uma palavra para substituir "feedback"? Enquanto você escreve "correio eletrônico", seu concorrente já enviou três "e-mails".
Aborrece-me o pedantismo macaqueado por gente que não pensa, nem com caixa, nem sem caixa. O último jogador de futebol que disse ter "dado o seu melhor" na partida tinha acabado de fazer um gol contra. Na "zona de conforto" estava o técnico do mesmo time, dois minutos antes de ser demitido.
Eita, esqueci do tal "núcleo duro". Mas, já escrevi aqui mesmo, faz um ano, talvez: núcleo duro é caroço!
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