Antonio Pinto e Velleda Cardozo Barreto |
Há um aspecto da vida privada de Sérgio Cardozo
(1858-1933), ancestral de muitos Maia Gomes baianos, que, aparentemente, era desconhecido por Ronaldo Ribeiro Jacobina, autor de um valioso estudo ("Sérgio Cardozo: Um Conjacuipense
Acadêmico de Medicina, Abolicionista e Republicano". Gazeta Médica da Bahia, 2008), no momento em que ele o escreveu. É que, antes de encontrar Elisa Costa, Sérgio teve um primeiro
casamento com Maria Odília Couto (?-1914), do qual nasceram quatro filhos,
todos com sobrenome Cardozo: Adélia (Barretto por casamento, 1884-?), Alarico
(1886-?), Samuel (?-?) e Azurah (Almeida, por casamento, ?-?). Uma das netas de
Sérgio e Maria Odília, Velleda Cardozo Barreto (1915-c.2012, depois do
casamento, Vellêda Cardozo Barreto Pinto), filha de Adélia, foi militar,
professora, poeta e atriz amadora. Voltarei a ela mais adiante.
Maria Odília, primeira mulher de Sérgio Cardozo,
deve ter morrido jovem, mas as duas famílias, sucessivamente, constituídas pelo
seu marido mantiveram relações amistosas, o que deduzo dos fatos de que: (1)
Velleda, no Facebook (terá sido ela, mesma, quem escreveu isso?) se refere a Elisa
Costa, a segunda mulher de Sérgio, carinhosamente, como “Mãe Iaiá”; (2) Yara
Cardozo Maia (filha de Alípio, neta de Sérgio e Elisa) era afilhada de Adélia
Cardozo Barreto (filha de Sérgio e Maria Odília). Todas essas informações foram
colhidas na página do Facebook criada em nome de Vellêda, de quem,
infelizmente, não consegui obter nenhuma notícia mais recente. Pelas anotações
na página do Facebook que traz seu nome, receio que tenha falecido em 2012.[1]
Velleda Cardozo Barreto que, portanto, não tinha parentesco
com os Maia Gomes, viveu uma história interessante. Descendente de espanhóis,
pelo lado paterno, foi organizadora e a primeira comandante da Polícia Feminina
da Bahia, depois absorvida pela Polícia Militar do Estado. Era dada à
poesia e, nessa condição, contribuiu para o livro Amor natal e outros temas, publicado em Salvador (1982). Fazia,
também, poemas avulsos, alguns dos quais foram reproduzidos em um blog que leva
seu nome. Casou-se com o ator Antonio Henriques da Rocha Pinto (conhecido como Antonio
Pinto) e os dois fundaram o Teatro de Amadores da Bahia – TAB, sobre o qual encontrei
uma informação isolada na página de Vellêda no Facebook, que há quatro anos não
é movimentada:[2]
O TAB foi criado em 10 de
abril de 1949, tendo como sócios fundadores Antonio Henriques da Rocha Pinto e
Vellêda Cardozo Barreto Pinto. Participaram do TAB os seguintes atores: Carlos
Petrovich, Sonia dos Humildes, Jurema Penna, Mario Gadelha, Milton Gaucho,
Passos Neto. Entre tantos atores maravilhosos, teve em seu elenco Othon Bastos [nascido
em 1933] e Geraldo Del Rey [1930-93] [que se tornaram muito conhecidos por
integrarem o elenco da Rede Globo de Televisão].[3]
Segundo seu parente “panteísta, por enquanto” Amon
Affonso Salvador, bisneto de Sérgio Cardozo e de Maria Odília Couto, Velleda
nasceu no dia 21 de agosto de 1915. Ela e Antonio Pinto “não tiveram filhos
biológicos, mas adotaram judicialmente Lúcia Lélis Pinto Ribeiro” que se casou com
Luiz Jorge Martins Ribeiro. “Velleda e Antonio Henriques”, prossegue Amon
Affonso, “tiveram duas netas, Fernanda Pinto Ribeiro e Flavia Pinto Ribeiro, e
duas bisnetas, Maria Luiza e Isis.[4]
O sangue artístico de Velleda deve ter vindo de seus ancestrais espanhóis e não de Sérgio Cardozo. Pois nos descendentes Maia Gomes do grande abolicionista baiano não consegui identificar ninguém que tivesse pendores para o teatro. Uns poucos escritores, mas não poetas, até que sim. Gente capaz de subir num palco, desconheço.
[1] Copio da fonte que localizei no Facebook. É Velleda Cardozo Barreto Pinto (ou alguém, em seu nome) falando: “Sergio Cardozo, nas segundas núpcias, se casou com Elisa Costa (Mãe Iaiá) com quem teve três filhos: Elisette, Elderico (Tio Zoza)
e Ivan que morreu pequeno. Elderico casou com Maria José (Menininha). Elisette
Cardozo casou com o Dr.
Alípio Maia Gomes. [Tiveram] quatro filhos: Luiz Cardozo Maia (nasceu em
4/4/1913), Francisco Cardozo Maia (11/7/1914), Yara Cardozo Maia (7/7/1915) e
Inah Cardozo Maia (22/10/1916). [Esta
última], afilhada de Adélia, casou-se com Muricy (sic) e teve três filhos:
Marília, Sulamita e Sergio. Yara Cardozo Maia casou-se com João Brandão.
[Tiveram] cinco filhas: Isa, Elizete Maria, Amazonina, Yara e Auxiliadora. Em Vellêda Cardozo Barretto Pinto, História
da Família, publicado em https://www.facebook.com/332552690110925/
photos/a.332585546774306.86141.332552690110925/334552643244263/?type=3 (, acesso em 7/11/2016). Consegui contato, já no processo de
escrever o presente capítulo, via telefone ou Facebook, com as irmãs Isa e
Amazonina, além de Marília Muricy, prima das duas.
[2]
Vários autores, Amor natal e outros temas.
Bahia: Empresa Gráfica da Bahia. 1982.
[4] Fonte: http://amonaffonso.blogspot.com.br/2010/02/minha-famila-por-parte-de-avo-materno.html.
O blog de Amon Affonso só tem postagens até 2010. (Não dá pra saber, portanto,
se ele ainda continua panteísta.)
Olá Gustavo.
ResponderExcluirMuito feliz em encontrar seu blog e ler um pouco da história da minha família.
Sou Flávia Pinto Ribeiro, neta de Velleda e filha de Lúcia Lélis, minha vó faleceu, infelizmente em 1994, em um acidente de carro, foi atropelada ao atravessar a rua no bairro do Rio Vermelho, estava na companhia de sua irmã, minha dinda e tia avó, Nilza.
Deixo aqui meu email para contato, se lhe interessar: flavia_pribeiro@hotmail.com