O
Diário do Dia ("Matutino pernicioso fundado pelo Vigário Tenório,
padroeiro dos vigaristas") teve somente uma edição, em 1994 que,
entretanto, não circulou. Sua seção artística era sempre aguardada com
ansiedade pelos que a escreviam. Eis a notícia sobre a grande exposição da
época.
XXXIII Bienal
Depois
de passar pela bilheteria, o visitante será conduzido ao salão de exposições,
onde não existe absolutamente nada, além das paredes, chão e teto. A crítica
tem sido entusiástica considerando que, nesta Bienal, finalmente foram
atingidos os ideais da Escola Abstracionista. No Anhembi. (Leia abaixo o
comentário de Pedro Pierre.)
Imperdível
!
Atenção
leitor interessado em arte: a Bienal está demais. Território dominado pelos
abstracionistas, imagine que você não consegue ver, tocar, cheirar, nem
manusear nenhuma das peças em exposição. É o triunfo final das ideias de
Picasso, Rolasso e Caralhasso.
Até
ontem, não se podia dizer que o abstracionismo reinasse sozinho nas artes
plásticas, pictóricas e mictóricas, pois também existiam o concretismo, a
argamassa e o cimento armado. Com a abertura da Bienal, o triunfo dos
abstracionistas é definitivo. A tal ponto que, de concreto, na Bienal, só mesmo
o preço dos ingressos. Mas, quem liga para essas coisas?
O
leitor que me perdoe, mas faltam-me palavras para expressar a imensa satisfação
que sinto em não ver a arte contemporânea.
Nenhum comentário:
Postar um comentário