A
capital do Uruguai nos deu excelente impressão, a minha mulher e a mim. Eu já
tinha estado lá, um bom tempo atrás, em viagem de trabalho -- portanto,
demasiado rápida. Não pude, então, apreciar a cidade. Desta vez, foi diferente.
Melhor. Tudo é melhor na companhia de Lourdes Barbosa.
Caminhamos
muito na Peatonal Sarandi, via exclusiva de pedestres, que passa perto de onde
ficamos hospedados, na Ciudad Antigua. Visitamos a Libreria Más Puro Verso (um
espetáculo), entramos na Catedral (bonita, mas não deslumbrante), vimos o
Teatro Solis (havia fila para entrar), estivemos na Praça da Independência, nas
ruas comerciais...
Comemos em dois restaurantes conhecidos. O Tona, em
Pocitos, foi decepcionante: mais enfeite do que sabor. Já El Palenque, no
Mercado do Porto, superou as expectativas pela qualidade da carne e a
extraordinária movimentação do lugar. Não fomos a concertos ou museus. Havia
filas demais e tínhamos tempo de menos. Uma pena.
Andamos
pela Rambla, avenida que margeia o Rio da Prata. Passamos ao lado da Igreja
Anglicana, cuja localização original era bem próxima ao rio, antes de ela ser
"transportada" para um ponto mais alto, quando decidiram alargar a
avenida. Em torno, ficam o Espacio Libre Luis Carlos Prestes e o monumento ao
Visconde de Mauá, que já comentei aqui, noutra ocasião. Não sei a quem ocorreu
a ideia de juntar postumamente, e em lugar assim inusitado, dois brasileiros
tão desiguais.
Fizemos
uma visita guiada a pontos turísticos em ônibus especial (um "city
tour", como se diz em "português"). Vimos quase tudo, sob frio
intenso e naquela pressa inimiga da perfeição. Sem dúvida, uma tarde agradável
e instrutiva. Montevidéu é cheia de belos parques. (Num deles fica o Estádio
Centenário, palco da Copa do Mundo de Futebol de 1930. O Uruguai foi campeão.)
Os
campos de golfe, ao lado dos quais o ônibus turístico passou, produzem uma
paisagem belíssima. Que me perdoem os politicamente corretos, mas a pobreza é
feia. A riqueza pode até não ser bonita -- se faltar bom gosto, por exemplo --
porém as chances de que o seja são grandes. Pensei nisso ao contemplar os
campos de golfe em Montevidéu.
Por
vários cartazes expostos nas ruas e pela televisão, soube que estão comemorando
os cem anos do tango La Cumparsita, hino popular e cultural do país. Foi
composto pelo uruguaio Gerardo Matos Rodríguez e gravado por muita gente,
destacadamente, por Carlos Gardel.
A
propósito, o local onde nasceu esse cantor é objeto de intermináveis disputas.
O Uruguai diz que foi lá; a Argentina nem admite tal hipótese. A França também
concorre. Gardel morreu em 1935. Os argentinos juram que ele continua vivo.
Creio que os uruguaios acham o mesmo.
(Publicado no Facebook em 2/8/2017)
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