A HISTÓRICA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA
A
estada de poucas semanas do príncipe regente D. João em Salvador, fugindo de
Napoleão, em 1808, foi pródiga em realizações importantes. Copio do site da
Faculdade de Medicina da Bahia:
"Após
abrir os portos do Brasil às nações amigas de Portugal, D. João VI assinou, em
18 de fevereiro de 1808, o documento que mandou criar a Escola de Cirurgia da
Bahia, no antigo Hospital Real Militar da Cidade do Salvador, que ocupava o
prédio do Colégio dos Jesuítas, construído em 1553, no Terreiro de Jesus. Em 1º
de abril de 1813 a Escola se transformou em Academia Médico-Cirúrgica. Em 3 de
outubro de 1832 ganhou o nome de Faculdade de Medicina, que guarda até
hoje."
Em 1903, meu tio-avô Alípio Maia Gomes ali se formou
médico. Ele estudou no prédio antigo, destruído em março de 1905 por um grande
incêndio e reconstruído quatro anos depois. Visitei a Faculdade de Medicina da
Bahia no início desta semana, aproveitando uma rápida estada em Salvador.
Durante
duas horas preciosas, andei pelo centro histórico da grande cidade baiana, onde
tenho amigos e parentes (que, entretanto, ainda não pude conhecer desta vez,
mas que espero encontrar muito em breve).
Jardins e anfiteatro da Faculdade de Medicina da Bahia. (Foto Gustavo Maia Gomes, 17/10/2017) |
UM HÁBITO ANTIGO, ORA EM DESUSO
Na
parte externa do anfiteatro Alfredo Brito (Faculdade de Medicina da Bahia),
foram colocadas nove estátuas de professores notáveis. Cópias das mesmas estão
dispostas em um corredor interno da faculdade.
Eu
aprendi, ainda nos tempos de criança, no Instituto Bom Jesus do Arraial, de
Dona Inês, que professores são para ser reverenciados. Esquecemos essa lição,
infelizmente. Mas, ela me foi relembrada pelos mestres petrificados da
Faculdade de Medicina da Bahia, que visitei esta semana.
Alguns, já perderam partes dos corpos; em outros,
nasceram plantas, cujas sementes foram trazidas pelos ventos ou os passarinhos.
(Isso produziu situação constrangedora para Raimundo Nina Rodrigues, conforme
comento em uma das fotos anexas.) Mas, todos continuam lá, sentados e
vigilantes.
A
reverência aos professores simboliza algo ainda mais elevado: a importância do
estudo, do aprendizado, do conhecimento. Cito Antonio Carlos Nogueira Brito, em
frase inserida no discurso de reinauguração (2001) do Anfiteatro Alfredo Brito:
“Atentai, ó vós que estais a pisar este chão. Este chão é sagrado. Este chão, este solo, esta terra são ungidos, são consagrados, são abençoados pelos deuses da Medicina. Este é o chão do santuário da Medicina primaz do Brasil”. Antonio Carlos Nogueira Britto, Vice-presidente do Instituto Bahiano de História da Medicina e Ciências Em http://www.fameb.ufba.br/historia_med/hist_med_art03.htm
Faculdade de Medicina da Bahia. Professor Raimundo Nina Rodrigues (1862-1906) e o que poderia ser descrito como uma ereção vegetal. (Foto Gustavo Maia Gomes, 17/10/2017) |
Os professores petrificados da velha Faculdade de Medicina da Bahia. (Foto Gustavo Maia Gomes, 17/10/2017) |
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