Gustavo Maia Gomes
A crescente
visibilidade e influência no governo Bolsonaro de cristãos medievais,
moralistas do século dezenove, simpatizantes de Goebbels - fascistas, enfim - é
preocupante. E nos alerta para a necessidade de, sem correr o risco de trazer
de volta o pesadelo petista, reduzir esse povo à insignificância política, nas
próximas eleições.
Eu não votei em
gente que idolatra um episódio horripilante da história ocidental. Votei contra
o PT, que estava construindo no Brasil e tentando fazer o mesmo na América
Latina uma coisa tão ruim quanto o nazi-fascismo. Votei nas promessas de
racionalidade na política econômica. (E reconheço: nessa área, dentro do
possível, as coisas caminham bem.)
Votei contra a
idolatria hipócrita do "politicamente correto". Votei a favor de uma
postura não-demagógica na educação, no tratamento das minorias, na questão
ambiental. Votei contra a mediocridade dos intelectuais e jornalistas presos a
um ideário político que, em nome de belos princípios, produziu apenas ditaduras
sanguinárias, epidemias de fome, pobreza persistente e uma cultura de bajulação
aos poderosos.
Votei contra a
corrupção, também. Votei a favor dos princípios básicos das sociedades
politicamente abertas e economicamente ricas: a liberdade de imprensa, o
respeito à diversidade de opiniões e de valores, a separação entre o Estado e
as igrejas, a propriedade privada, a livre iniciativa.
Joseph Goebbels,
que voltou a discursar ontem na voz do secretário de Cultura de Bolsonaro, foi
um fanático nazista que, ao perceber a inevitável derrota de Hitler, assassinou
os seis filhos menores e se suicidou em seguida (ele e a mulher) escondido no
último refúgio do ditador seu ídolo.
Que ele continue no
inferno.
(Publicado
no Facebook, 17/1/2020)
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