Gustavo Maia Gomes
Foram-se as castanhas. Comi a
última das compradas no mercado em Aracaju. Ficou a quartinha. (Moringa, se
preferir.) Dormirá ao vento, para me trazer água fresca pela manhã, como faziam
as quartinhas de Monte Verde, Branquinha.
Do mercado, Lourdes e
eu fomos ao restaurante escolhido na internet. – Ah, que pirão! – diziam os
comentários. – Ah, que pitu! – (um tipo de camarão grande, de água doce).
Prevenidos por anteriores experiências ruins, seguimos essa pista.
Infelizmente, a comida estava
péssima. Nenhuma surpresa, essa foi a regra na nossa excursão recém terminada a
cidades de Alagoas, Sergipe e Bahia. Deve ser porque os "chefs" de
agora, em vez de cultivar o sabor, aprendem desenho.
Se o prato sem gosto mostrou
que Aracaju era igual às outras cidades, algo diferente, contudo, estava por
acontecer. Apareceu-nos o dono do estabelecimento. Contou que chegara da
Europa. E deitou falação.
– Eita lugarzinho para se
comer mal! (Ele queria dizer a Europa, comparada com o seu restaurante.) – Fui
em todos os países. Horrível. Na Itália, eu lhe garanto, não há massa que
chegue aos pés da que preparo aqui.
Para reforçar suas palavras,
fez a garçonete garantir que, sim, naturalmente, inquestionavelmente, sem
sombra de dúvidas, o inhoque com ravióli e talhatele no dendê servido no seu
restaurante era o melhor prato de massa do mundo.
Na saída, comentei com minha
mulher e companheira de viagem: – “Ah, que pirão!”
(Publicado
no Facebook, 16/9/2019)
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