Gustavo Maia Gomes
Morreu Wanderley Guilherme dos
Santos, cientista político. O que tenho a ver com isso? À primeira vista, menos
que nada. Afinal, ele -- entre muitas outras coisas, claro -- foi um admirador
do mesmo PT que eu sempre detestei.
À "segunda vista", a
história é outra. Durante anos (1998- 2011, por aí) trocamos mensagens
eletrônicas intermitentes, a maioria relativas a artigos que eu viria a
publicar na revista Insight Inteligência, de que ele era ou tinha sido editor.
Guardo dele a impressão de um homem atencioso e
dedicado ao seu trabalho.
Mas, nunca o encontrei
pessoalmente. Naqueles anos, fui muitas vezes ao Rio de Janeiro. Só me lembrava
de procurá-lo quando já estava de volta ao Recife. Lamento, tardiamente: deixei
de viver momentos agradáveis e instrutivos.
Mesmo depois de sua saída,
continuei colaborando com um artigo anual na Inteligência. (Já devem somar mais
de vinte, portanto.) Com exceção do primeiro, quando o convite veio acompanhado
do tema, eu tenho escrito sobre o que me dá na telha e, às vezes, a telha
produz ideias esquisitas.
Mesmo assim, continuei a ser
reconhecido e estimulado pelo diretor da revista, Luiz Cesar Faro,
e o editor atual Christian
Edward Cyril Lynch. Não consigo pensar em elogio maior aos dois do
que declará-los dignos discípulos de Wanderley Guilherme dos Santos.
Morreu o cientista político de
vasta obra e amplo reconhecimento. O que tenho a ver com isso? Tudo.
(Publicado
no Facebook, 27/10/2019)
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