quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Bela Belém (e problemática, também)


Gustavo Maia Gomes


Os que, como eu, têm mais de 50 anos serão capazes de fazer comparações mentais, baseados em sua própria experiência, entre as cidades de meio século atrás e as de hoje. Para os menos vividos, o contraste entre fotografias ajuda a formar uma ideia das mudanças ocorridas.
Comparem, por exemplo, fotos antigas e atuais de Belém. O confronto é chocante. Onde, antes, reinava a calma equina dos cavalos e burrina dos burros -- e as pessoas andavam pelas ruas na maior tranquilidade, hoje prepondera a poluição visual (e atmosférica, embora fotos não mostrem isso) com um amontoado de automóveis mal conseguindo sair do canto ou encontrar pontos de estacionamento.
A expansão da frota de automóveis, em cidades que não foram preparadas para isso, provocou não apenas o trânsito caótico que todos nós conhecemos, mas também o encolhimento das praças, o estreitamento das calçadas, a derrubada de quarteirões inteiros (em muitos casos, com edificações preciosas indo ao chão). Tudo em nome do alargamento das velhas ruas e a abertura de novas. E o pior, sem grandes resultados.
Nem mesmo Brasília – que foi planejada para o carro – resistiu incólume à avalanche de veículos ocorrida desde sua fundação, em 1960.

(Excerto de reportagem / ensaio motivada por uma viagem a Belém do Pará. A matéria completa, com fotos, está em https://docs.google.com/file/d/0B_R9cylq9erzTlA2YjQ5aWlIYzg/edit)

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