quinta-feira, 2 de abril de 2015

Dilma sobreviverá a 2005?

Gustavo Maia Gomes














A julgar pelo que aconteceu nos últimos 50 anos, NÃO.
Explico.
Em 2015, o nosso Produto Interno Bruto real (ou seja, descontada a inflação) por habitante vai ser MENOR que no ano passado. Ou seja, os brasileiros estarão MAIS POBRES em 2015 do que estavam em 2014. Se isso acontecer, como até mesmo o atual ministro da Fazenda admite que acontecerá, teremos completado cinco anos de desaceleração econômica.
Só rarissimamente um governo brasileiro conseguiu sobreviver a tal conjunto de acontecimentos.
Observem o gráfico que preparei. Desde os anos 1960, só houve uma ocasião – 1999 – em que uma queda prolongada no crescimento econômico (culminando com o empobrecimento absoluto dos brasileiros) não levou a uma derrubada traumática do governo. Na verdade, Fernando Henrique escapou por pouco: o PT chegou a pedir seu impeachment. Poderia ter conseguido. (Era golpismo?)
Em todas as outras situações de crise econômica, o governo foi substituído – e não por eleições diretas. Em 1964, um golpe depôs João Goulart. Em 1985, o governo militar chegou ao fim, numa saída negociada, sim, mas que teria sido imposta pela opinião pública, se não tivesse havido acordo. Em 1992, Fernando Collor foi enxotado do poder.
É verdade que, em todos os casos, a mobilização popular (ou popular-e-militar) necessitou de outros ingredientes até virar uma feijoada indigesta: o medo do comunismo, em 1964; o repúdio à ditadura, em 1985; o que se pensava ser uma grande corrupção de Collor e sua gente, em 1992. (Hoje, isso parece risível.)
Mas, será que faltam outros elementos mobilizadores, neste momento em que vivemos? Mensalão, dólares na cueca, dossiê dos aloprados, sanguessugas, Petrolão, o novo escândalo dos Correios e seu fundo de previdência, o Cubaduto do Mais Médicos, o que virá por aí quando os empréstimos secretos do BNDES aos ditadores latino-americanos forem revelados... Não, não temos falta de tempero.
Acho que, desta vez, o povo brasileiro irá mandar o PT roubar no inferno. Tomara que seja para sempre!

NOTA

A frase “é a economia, estúpido”, tornou-se uma espécie de ideia-força na primeira campanha de Bill Clinton à presidência dos Estados Unidos. A princípio, ninguém acreditava que o candidato democrata pudesse derrotar George Bush, que tinha altos índices de popularidade. Mas, veio a recessão e o descontentamento dos eleitores norte-americanos levou ao resultado que se conhece.

(Publicado no Facebook, 1/5/2015)

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