sábado, 17 de agosto de 2013

Gabeira lembra Jean Paul Sarte

Escreve Fernando Gabeira (“Onde está tudo aquilo agora?”, p. 30): “O existencialismo francês do pós-guerra [leia-se, principalmente, Jean-Paul Sartre (1905-80)] exercia fascínio não só pelas suas idéias mas também pela atmosfera boêmia que o envolvia”.
Vivi um pouco da moda sartreana, mas nunca me envolvi muito nela. Como boêmio, fui uma nulidade; como leitor, seus livros não me entusiasmavam. Apesar disso, a influência de Sartre entre alguns de meus amigos foi grande, em meados da década de 1960.
Na época, os autores que eu lia compulsivamente eram Bertrand Russell (1872-1970), Franz Kafka (1883-1924) e Erich Fromm (1900-80). Dos três, o último – um psicanalista e sociólogo que tentava combinar criticamente o pensamento de Freud e o de Marx – é o menos conhecido hoje. Nos anos 1960 e 1970, entretanto, seus livros vendiam como água no Sertão.
Em retrospecto, acho que Sartre foi, em larga medida, uma fraude. É o que, aparentemente, também pensa Fernando Gabeira (p. 31), quando se refere ao filósofo francês como “um dos mais eloquentes teóricos da Resistência [à ocupação nazista] sem [jamais] ter se metido nela”.

Gustavo Maia Gomes

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