terça-feira, 6 de agosto de 2013

Gás de xisto, ou a revolução sem Marx

Gustavo Maia Gomes
A notícia (há poucos meses, impensável) de que os Estados Unidos podem vir a se tornar não apenas autossuficientes, mas até exportadores de energia prenuncia uma revolução econômica e política de dimensões extraordinárias.
Se as promessas se concretizassem, o que aconteceria?
Entre outras coisas:
O Oriente Médio perderia a importância que, graças ao petróleo, hoje tem. O prestígio internacional de Maomé nunca mais seria o mesmo e as ameaças à paz mundial teriam de vir de outros lugares.
Os bilionários "xeques árabes" se reduziriam à condição de meros passadores de "cheques em árabe" (provavelmente, sem fundo).
Para reduzir o prejuízo, Dubai venderia como ferro velho os pedaços que pudessem desmontar de suas cafoníssimas, mas faraônicas, construções.
Os homens-bomba com motivações político-religiosas continuariam a explodir a si mesmos, porém ninguém mais tomaria conhecimento disso.
No Brasil, os royalties do Pré-Sal seriam repartidos entre duas ligas de dominó, pois extrair petróleo do mar se tornaria completamente inviável.
Com energia barata e abundante, os Estados Unidos entrariam em uma era de rápido e prolongado crescimento econômico, fazendo a atmosfera do planeta (finalmente) virar fumaça.
Beneficiada pelos baixos preços do petróleo, a China cresceria 25% ao ano e invadiria a África, para assegurar os suprimentos alimentares e de matérias primas.
Em seguida, a potência oriental tentaria colonizar o Brasil, mas enfrentaria a resistência dos Estados Unidos cujo Presidente diria: "isto aqui não lhe pertence".

Nenhum comentário:

Postar um comentário