domingo, 11 de agosto de 2013

Universitários no Sertão: a história verdadeira do cititur que nunca existiu

Gustavo Maia Gomes
Do Recife a Petrolina, seriam dez horas de viagem, em um ônibus pequeno. Embarcados, alguns professores e muitos alunos de Turismo e de Hotelaria. Fariam uma “visita técnica”, parte das atividades curriculares. 
Pelo caminho, os rapazes e moças conferiam o programa:
-– Bodódromo?
-– Sim.
-– Vinícolas?
-– Certamente.
-– Passeio de barco pelo lago de Sobradinho?
-– Positivo.
Tudo o que fora previsto, aconteceu. A visita a Petrolina foi um sucesso.
***
Ao fim de três dias, iniciam a viagem de volta, com parada programada em Triunfo. 
-– Teremos cititur?
-– Sim.
A atividade havia sido prearranjada por uma pessoa que desistira de viajar. Faltava, apenas, confirmar onde iriam encontrar o guia local. E a que horas.
Pelo celular, fala a professora responsável pela excursão:
-– Senhor Abdias?
-– Ele mesmo.
-– Somos o grupo que vai fazer o cititur. Está tudo certo?
-- Tudo certo.
-– Onde encontramos o senhor?
-- Ao meio dia, na entrada do Pólo.
-- Que pólo?
-– O Pólo Petroquímico.
-– Mas, não há pólo petroquímico em Triunfo. O senhor está em Triunfo?
-– Estou, sim.
-– Em Triunfo, Pernambuco?
-– Não, em Triunfo, Rio Grande do Sul.
-– Então, Sr. Abdias, temos de cancelar.
(Triunfo, Rio Grande do Sul, fica a 3.500 km de Triunfo, Pernambuco.)

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