segunda-feira, 23 de março de 2015

A São Luiz de Paraitinga que Ivan e eu visitamos

Gustavo Maia Gomes
São Luiz do Paraitinga, SP. (Foto Gustavo Maia Gomes, fevereiro de 2015)














No último dia de 2009, choveu 200 mm na cidade histórica de São Luiz do Paraitinga (SP), mais do que o esperado para todo dezembro. Ruas inteiras tiveram as casas destruídas ou ameaçadas de desabamento; a igreja matriz foi desfeita em lama e posta no chão. Jamais tinha havido desastre tão grande naquele lugar, desde sua criação, em 1769.
A cidade nasceu como parada de tropeiros e suas mulas -- as frotas de caminhão da época --, que desciam a Serra do Mar desde Taubaté (SP, 47 km distante) até Paraty (RJ, 125 km, pelas rodovias atuais). A prosperidade do Vale do Paraíba, movida a café, criava riquezas também nos lugares por onde passavam as mulas.
Ivan Pedrosa Maia Gomes e eu visitamos São Luiz do Paraitinga em fevereiro. O lugar foi (quase) totalmente reconstruído -- ouvi um morador dizer que "está melhor do que antes da enchente" -- e é muito acolhedor, com sua arquitetura simples, mas homogênea e representativa de um período histórico em que a cidade e sua gente eram, relativamente, ricas.
Devido à concorrência das ferrovias, São Luiz perdeu sua função comercial, a partir de 1870, mais ou menos. E, da mesma forma como ocorreu em Paraty (RJ) e em Ouro Preto (MG) -- mas não em Sorocaba (SP) --, cidades que também visitamos, a longa estagnação subsequente ao período de prosperidade teve, pelo menos, um efeito benéfico: ajudou a preservar o patrimônio arquitetônico.
Somente em anos muito recentes, São Luiz do Paraitinga voltou a ter importância econômica, desta vez, como destino turístico. Está repleta de pousadas e, conforme nos foi dito, se enche de paulistanos durante os fins de semana. Vale a pena conferir.

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