domingo, 22 de março de 2015

Ouro, café e turismo


Gustavo Maia Gomes

Paraty, RJ: Centro histórico. (Foto Gustavo Maia Gomes)

















Paraty foi o ponto de partida, em terra, do Caminho Velho desde o Rio de Janeiro até as Minas Gerais. Entre 1695 e 1710, todo o ouro produzido no Brasil passava por ali. O local prosperou, mas, por pouco tempo: com a inauguração do Caminho Novo, que permitia viagens mais curtas, voltou a ser modorrento.

Isso, até que a produção de café no vale do Paraíba -- em grande parte, embarcada para o Rio em Paraty -- disparasse, por volta de 1830. Mas, então (1870), apareceu a Ferrovia Dom Pedro II (depois, Central do Brasil) e a rota marítima para o Rio de Janeiro deixou de ser utilizada no transporte das safras. Paraty voltou a ver reduzida sua movimentação econômica.

A cidade renasceu, uma vez mais, quase um século depois (1960, aproximadamente), como destino turístico. Tinha o que mostrar: o lugar é, naturalmente, encantador; o patrimônio arquitetônico do século 19 ainda permanecia de pé; por sorte, algum prefeito incomumente sábio impedira o tráfego de automóveis no centro histórico. Tudo isso atraiu visitantes.

Assis Valente escreveu (e Carmen Miranda cantou, em 1937): "Vestiu uma camisa listrada / e saiu por aí / Em vez de tomar chá com torradas / ele tomou um Paraty".

Cachaça, meu filho. Ainda hoje, uma das marcas da cidade.

(Publicado no Facebook em 22 de março de 2015)

Nenhum comentário:

Postar um comentário