sábado, 10 de outubro de 2015

Indireitos trabalhistas

Gustavo Maia Gomes

Pessoa a quem conheço bem planejou montar um restaurante daqueles que levam a comida à casa do freguês. Precisaria, portanto, contar com os serviços de um motoqueiro ou de empresa especializada em fazer entregas.
Descobriu que as empresas cobram, por entrega, mais do que o valor de cada prato. Isso a fez descartar a alternativa. Não seria possível vender por 31 reais macarronada que custa 15 se comprada no restaurante. Resolveu contratar um motoqueiro.
Teria ela, então, encontrado a solução do problema?
Longe disso. Os motoqueiros são sindicalizados e têm um piso salarial superior ao mesmo salário mínimo que sobe todo ano, quer a economia cresça ou decresça, quer a produtividade do trabalho aumente ou diminua.
Além disso, o contratante é obrigado a pagar o aluguel da moto, a gasolina, fazer seguro, assegurar férias, pagar horas extras, protetor solar, FGTS, auxílio maternidade, INSS, adicional de periculosidade, indenização pela fumaça, adicional por trabalho noturno ou diurno (tanto faz), vale transporte, vale engarrafamento, vale gás, décimo terceiro, plano de saúde, plano frontal inclinado, etc, etc, etc.
Aí, minha amiga compreendeu por que as empresas cobram o valor de um prato para entregar o dito cujo na esquina mais próxima. E abandonou seus planos de montar um restaurante que faz entregas. Resolveu estudar para concurso público.
Não foi assim que o partido dos ladrões prometeu resolver os problemas do Brasil?

(Publicado no Facebook, 24/9/15)

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