segunda-feira, 27 de março de 2017

Atilio Elizagaray, 70 anos

Gustavo Maia Gomes

Na vida, fiz muitos amigos. Vários bons, poucos grandes e dois acima de qualquer adjetivo. De um desses, já falei ("Tributo a Vicente Moreno Filho", blog Gustavo Maia Gomes, 2/12/2013), quando ele recebeu o título de Cidadão Honorário do Recife. Do outro, que ontem comemorou seu septuagésimo cumpleanos (Oh, palavra bonita!) em La Plata, Argentina, falo agora.
Sei que não estou sozinho. Pois Atílio Elizagaray teve muitos amigos brasileiros na pós-graduação em Illinois, EUA, nos idos dos 1980, e a todos conquistou com sua alegre seriedade. Cito, especialmente, Jose Raimundo VergolinoMaurício Costa Romão e Lincoln Coutinho de Aguiar (falecido). Mas, há muitos outros, que me desculpo por não nominar.
Atílio Elizagaray obteve seu doutorado em Economia em 1984. Fomos, ambos, discípulos do grande professor Werner Baer, falecido há quase exatamente um ano. Diplomado, ele voltou para sua terra e se tornou professor da Universidade de La Plata, na simpática cidade capital da província de Buenos Aires. Especializou-se em finanças públicas o que, na Argentina, como no Brasil, tem levado muitos estudiosos à depressão. (Ele, felizmente, escapou de tão inglório destino.)
Com os diplomas de Ph. D. na mão, conseguimos fazer algumas (infelizmente, poucas) atividades acadêmicas juntos, a mais importante delas sendo participar, como co-autores, de um livro editado por Alberto Porto ("Economia de la educación universitaria: Argentina, Brasil, Peru", La Plata, Edulp, 2005.) Foi Atílio, naturalmente, que me incluiu naquele círculo. Assim, cheguei a dar uma palestra em sua universidade, quando era diretor do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, à época, vinculado ao Ministério do Planejamento.)
Em 2002, fomos, ambos conferencistas em seminário sobre desenvolvimento regional que ajudei a organizar em Sevilha, Espanha. Cinco ou seis anos depois, em evento acadêmico promovido por Alexandre Rands Barros (hoje, um dos donos da Datamétrica Telemarketing e do Diário de Pernambuco; então, professor da Universidade Federal de Pernambuco), voltamos a nos encontrar. O local não poderia ser melhor: a praia de Porto de Galinhas (Ipojuca, PE). Por aquela época, Atílio ainda tinha esperança de entender as finanças públicas de seu país. Hoje, imagino que tenha desistido.
Quando Atílio e Mirta Freccero se casaram, em 1991 (ou 1992?), escolheram Olinda (PE) para passar a lua-de-mel. Meus filhos gêmeos ("gemelos") Pedro e Daniel eram muito novos. Alguns meses depois, nasceriam os gêmeos ("mellizos") Lucas e Maia Lina, filhos de Mirta e Atílio. Os quatro, ainda hoje, têm contacto, embora esporádico, pelo Facebook.
Nosso encontro mais recente ocorreu há dois meses, na praia de Pipa (RN), onde ele, Mirta e a irmã dela, Maria Cristina, com o marido, desfrutavam de curtas férias. Acompanharam-me minha mulher, Lourdes Barbosa (que também está acima de qualquer adjetivo) e minha filha Gabriela, que fez sucesso entre os argentinos visitantes. (Segundo eles, por sua beleza.)
Grande Atílio. Continue por muitos anos a ser a pessoa extraordinária que você sempre foi. Quanto às finanças públicas de seu país, console-se. Os brasileiros, tampouco, entendemos a irracionalidade das nossas.
(Na foto, que colhi na internet, Atilio Elizagaray faz uma intervenção em evento da Universidade de La Plata.)

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