quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Irineu Franco Perpetuo (Taí um cabra bom de serviço!)

Gustavo Maia Gomes
Levado por Ivan, meu irmão, e por nosso amigo Jorge Reynaldo, assisti (14 e 15/12, no Porto Digital, Recife) quatro horas de aulas ou palestras sobre o piano e as obras musicais compostas para este instrumento, desde as suas origens, no início do século XVIII, até os dias atuais.
Alguém aí se lembra das Pílulas de Vida do Dr. Ross? ("Pequeninas, mas resolvem!") Pois essas aulas de ontem e anteontem foram pílulas de vida para o espírito. Sonatas, prelúdios, concertos, fantasias, noturnos, polonaises nascidos de Bach, Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Schumann, Chopin, Lizt, Debussy, Villa-Lobos, Ernesto Nazareth, John Cage... (Believe it or not, John Cage!)
O palestrante? Irineu Franco Perpetuo, jornalista especializado em música clássica. Uma combinação difícil de encontrar: a sumidade completamente não pedante. Tem tanta bagagem que não consegue subir num avião sem pagar pelo excesso. E, no entanto, jamais arrota sabedoria. Maravilha de minicurso. Daqueles que a gente fica pedindo para não terminar.
É a quarta vez que Irineu vem ao Recife, trazido pelo Virtuosi (leia-se maestro Rafael Garcia, seu idealizador e promotor), um festival anual de música clássica, ora em sua XX edição. Por desaviso, não acompanhei as palestras do jornalista nos anos anteriores. Uma pena.
E ainda tem economista francês (como um que nos visitou seis meses atrás) dizendo que bom mesmo é ser índio selvagem na Amazônia ou nativo africano no deserto. Eu prefiro a sonata de Beethoven, o noturno de Chopin, a ensurdecedora 4' 33'' de Cage.

(Publicado no Facebook em 16/12/2017)

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