quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Procurando Stella, encontrei Gilberto

Gustavo Maia Gomes
A fim de dar continuidade à série "100 Anos em 50 Fotos", fui à cata de informações sobre a viagem que minha mãe (Stella Pedrosa) fez a São Paulo e ao Rio de Janeiro, em 1940-41, na companhia de sua prima Maria do Carmo Cardoso Burle.
Tenho fotos mostrando as duas a bordo do Comandante Ripper, em 11 e 12/12/1940. Pelo Diário de Pernambuco, fiquei sabendo que aquele navio havia partido do Recife para a Bahia (uma escala no caminho até Santos) em 9/12/1940.
No dia seguinte (10/12), Stella e Carmita desembarcaram em Salvador. Conservou-se uma foto das duas lá, em companhia de outras pessoas que não pude identificar. Publicá-la-ei, com mesóclise e tudo, logo em seguida.
As primas, provavelmente, tinham planejado voltar ao Recife pela mesma via marítima. Mas não puderam. As razões têm a ver com a restrição das viagens pelo mar impostas pelo governo Getúlio Vargas depois dos primeiros incidentes de guerra com navios brasileiros na Europa.
Ainda não tinham começado os afundamentos, mas navios brasileiros (no Mediterrâneo, por exemplo) já haviam sido detidos em pleno mar e revistados pela marinha inglesa, sob o pretexto de estarem transportando cidadãos alemães ou cargas, em última instância, destinadas àquele país.
As restrições às viagens marítimas afetaram Stella e Carmita (elas tiveram de buscar outra forma de retornarem ao Nordeste -- conto isso em outra postagem) mas não atingiram Gilberto Freyre que, em 7/2/1941, regressou do Rio Grande do Sul no mesmo navio que havia transportado minha mãe até Santos.
Isso foi antes do planejado regresso das primas. A viagem que trouxe Gilberto Freyre pode ter sido a última do navio Comandante Ripper, até o fim da Segunda Guerra.


(Publicado em Facebook em 9/12/2017)

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