Gustavo Maia Gomes
A
fim de dar continuidade à série "100 Anos em 50 Fotos", fui à cata de
informações sobre a viagem que minha mãe (Stella Pedrosa) fez a São Paulo e ao
Rio de Janeiro, em 1940-41, na companhia de sua prima Maria do Carmo Cardoso
Burle.
Tenho
fotos mostrando as duas a bordo do Comandante Ripper, em 11 e 12/12/1940. Pelo
Diário de Pernambuco, fiquei sabendo que aquele navio havia partido do Recife
para a Bahia (uma escala no caminho até Santos) em 9/12/1940.
No dia seguinte (10/12), Stella e Carmita
desembarcaram em Salvador. Conservou-se uma foto das duas lá, em companhia de
outras pessoas que não pude identificar. Publicá-la-ei, com mesóclise e tudo,
logo em seguida.
As
primas, provavelmente, tinham planejado voltar ao Recife pela mesma via
marítima. Mas não puderam. As razões têm a ver com a restrição das viagens pelo
mar impostas pelo governo Getúlio Vargas depois dos primeiros incidentes de
guerra com navios brasileiros na Europa.
Ainda
não tinham começado os afundamentos, mas navios brasileiros (no Mediterrâneo,
por exemplo) já haviam sido detidos em pleno mar e revistados pela marinha
inglesa, sob o pretexto de estarem transportando cidadãos alemães ou cargas, em
última instância, destinadas àquele país.
As
restrições às viagens marítimas afetaram Stella e Carmita (elas tiveram de
buscar outra forma de retornarem ao Nordeste -- conto isso em outra postagem)
mas não atingiram Gilberto Freyre que, em 7/2/1941, regressou do Rio Grande do
Sul no mesmo navio que havia transportado minha mãe até Santos.
Isso
foi antes do planejado regresso das primas. A viagem que trouxe Gilberto Freyre
pode ter sido a última do navio Comandante Ripper, até o fim da Segunda Guerra.
(Publicado em Facebook em 9/12/2017)
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