quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

A sorte de viver neste mundo

Gustavo Maia Gomes

Nosso mundo, acho eu, é melhor do que o de nossos pais e avôs e bisavôs e trisavôs por muitos motivos, mas, aqui, selecionarei apenas um deles: a extraordinária redução do custo de obter informações que nos está sendo proporcionada pelas modernas tecnologias.
Nunca agradecerei suficientemente aos que inventaram a internet e as redes sociais pelo anteriormente INIMAGINÁVEL alargamento de possibilidades de contatos humanos e de aquisição de conhecimentos a baixo custo que elas nos tem garantido.
Graças ao Facebook, por exemplo, localizei e entrei em comunicação instantânea -- sempre que o deseje -- com mais de 1.500 pessoas, um grupo que inclui:
(1) amigos de longa data que se haviam extraviado de meus caminhos. -- Quanto vale restabelecer contato com um amigo a quem não víamos desde trinta, quarenta, cinquenta anos?;
(2) parentes de quem, em alguns casos, sequer a existência eu sabia (mas que passei a conhecer, em todos os casos, com enorme satisfação);
(3) colegas de profissão que eu cumprimentaria (e vice versa) se os encontrasse em alguma esquina da vida, mas que, provavelmente, jamais encontraria, pois as esquinas são tantas e a vida dos deslocamentos materiais, tão pouca;
(4) muita gente que continuo a conhecer apenas "virtualmente", mas com quem sempre aprendo alguma coisa nova, ao ler seus textos. Que privilégio não é conversar com pessoas inteligentes, todas elas ao alcance de um clique?;
(5) aqueles que habitam esferas intelectuais diferentes das minhas, mas de quem, não obstante, me agrada saber notícias, do mesmo jeito, espero, que eles também gostem de conhecer minhas andanças, paranças e voltanças.
Fora do universo específico das redes sociais, mas ainda na internet, hoje, posso ouvir a música que quiser, executada por quem eu achar melhor; visitar na tela de meu computador os melhores museus do mundo; ler os jornais e revistas do século passado -- ou outros, ainda mais antigos; descobrir retratos de 1932 de minha mãe junto às suas colegas do Colégio Santa Sofia, em Garanhuns (PE) -- retratos que eu desconhecia e que me fizeram revisar a cronologia da passagem de Stella Pedrosa por aquela cidade.
Se fosse apenas isso, já seria uma fortuna disponível para desfrute diário, a custo (quase) zero. E sabemos que há mais, muito mais.

(Publicado no Facebook em 16/12/2017)

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