quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Isabel e o declínio do Império

Gustavo Maia Gomes
Aproveitando as horas de espera em aeroportos e os intervalos entre reuniões de trabalho, li, de Mary del Priore, O Castelo de Papel (Uma história de Isabel de Bragança, princesa imperial do Brasil, e Gastão de Orléans, conde d'Eu), Rio de Janeiro, Rocco, 2013. Bom livro, na tradição da história contada em prosa leve que, no Brasil, tem produzido obras muito instrutivas e de leitura agradável.
Mary del Priore é historiadora profissional, acadêmica, mas escreve com a leveza jornalística de um Laurentino Gomes (1808, 1822, 1889) ou Lucas Figueiredo (Boa Ventura! A corrida do ouro no Brasil, 1697-1810). (Talvez eu devesse incluir Eduardo Bueno neste grupo, mas nunca li um de seus muitos livros. Ao contrário dos de Laurentino Gomes e de Lucas Figueiredo, citados.)
O Castelo de Papel, ao tempo em que relata a vida de Isabel e Gastão, reconta um pouco da história política do Brasil, especialmente, nos últimos 25 anos do segundo império: a guerra do Paraguai, a luta abolicionista, as questões religiosa e militar, o positivismo, a maçonaria, os fortes embates veiculados pela imprensa livre, o golpe que instituiu a República.
Tudo isso, na avaliação da historiadora, o Imperador assistia com desinteresse. Ele e, mais ainda, a princesa imperial, apresentada como pessoa de preocupações, exclusivamente, domésticas e religiosas. Alguém que, entretanto, jamais deixou de amar e de ser amada pelo marido. (Melhor para ela.)
Com base na narrativa de O Castelo de Papel, de Pedro II e Isabel (mas não do conde d'Eu) bem se poderia dizer o mesmo que um antigo compositor popular brasileiro, há muito tempo falecido, disse da personagem-título de uma de suas músicas mais conhecidas: "o tempo passou na janela / e só Carolina não viu".
(Publicado no Facebook, 8/11/14)

Jeremoabo: no rastro da Coluna Prestes

Gustavo Maia Gomes















Estivemos, meu irmão Ivan e eu, em Jeremoabo (BA), no dia 24/10. Nossa estada foi curta, mas é bom saber que, quase 90 anos antes, por ali passou a Coluna Prestes, em marcha precipitada pelo fracasso da sublevação tenentista de São Paulo e Rio Grande do Sul (1924).
Da capital paulista, foco principal da revolta, os militares conseguiram expulsar o governador e assumir o controle político, antes de serem vencidos pela reação do governo federal. Com o fracasso da rebelião, eles fugiram para o Paraná. No Rio Grande do Sul, o êxito da revolta foi ainda mais efêmero. Quando a rebelião foi dominada, os gaúchos nela envolvidos fugiram na direção do Paraná, onde se reuniram aos revoltosos paulistas.
***
O que ficou conhecido como Coluna Prestes foi a junção dessas duas forças – de paulistas e de gaúchos –, reforçadas por algumas mulheres e por civis que se agregaram ao grupo, ao longo do percurso.
Convencidos de que não podiam vencer as tropas do governo federal, os revoltosos decidiram empreender uma marcha sem destino pelo Brasil, alimentando a esperança de que sua passagem pelo interior desencadeasse uma revolução nacional. Passaram em vários locais do Nordeste. Jeremoabo foi, apenas, um deles.
Em dois anos e meio, a Coluna percorreu 25.000 km, quase sempre, andando a pé, sob as piores condições imagináveis. No seu encalço, tinha permanentemente tropas sob o comando do governo federal, às vezes, formadas por jagunços.
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Com exceção do general Isidoro Dias Lopes, cuja idade não permitia grandes esforços físicos, todos os líderes militares “tenentes” que participaram das revoltas
de São Paulo e do Rio Grande do Sul se agregaram à Coluna. Pelo lado paulista, Miguel Costa tornou-se seu comandante (o gaúcho Prestes era apenas o chefe do Estado Maior, embora tenha sido o líder que mais se destacou).
Da Coluna Prestes participaram pessoas que viriam a ser líderes políticos importantes no Brasil dos anos 1930-64, como Eduardo Gomes, Juarez Távora, Siqueira Campos, João Alberto e o próprio Luís Carlos Prestes.
Jeremoabo fez parte dessa história.

(Publicado no Facebook, 3/11/14)

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Uma tradição continuada

Gustavo Maia Gomes







Em meados do século passado, o mais notório ladrão do dinheiro público no Brasil era Ademar de Barros, duas vezes governador de São Paulo (1945-51 e 1963-66). Sua principal contribuição à arte de desviar verbas foi a "caixinha do Ademar", onde se recolhiam as comissões extorquidas das empreiteiras contratadas pelo Estado.
Todo mundo sabia que Ademar metia a mão na grana, mas ele nem ligava para a própria fama. Permitiu que se difundisse o slogan "rouba, mas faz". Certa feita, em um comício, batendo a mão na perna, vociferou: "Neste bolso nunca entrou dinheiro do povo!" Ao que alguém na multidão retrucou: "Está de calça nova, doutor?" Ele, provavelmente, achou a piada ótima.
Quando morreu, Ademar deixou parte de sua fortuna ilegal em um cofre, assaltado, em 1969, pela então guerrilheira e atual presidente da República Dilma Rousseff. À época, ela lutava contra a ditadura militar e a favor da instalação de uma ditadura civil. Por alguma razão, para os militantes da esquerda, ditadura militar é ruim, mas ditadura civil é boa.
Consta que havia dois milhões de dólares no cofre. Para os padrões instituídos pelo PT, uma pechincha: somente o que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa "aceitou" devolver aos cofres públicos (R$ 70 milhões) dá umas dez vezes isso, em valores atualizados. Em todo caso, o importante do assalto ao cofre de Ademar não é o valor roubado, mas, sim, a ligação histórica por ele estabelecida entre os ladrões de ontem e os ladrões de hoje.
Superlativamente simbólico, a este respeito, é o duplo protagonismo da Sra. Rousseff no roubo do cofre de Ademar (de que ela foi executora) e no assalto à Petrobras (empresa sobre a qual ela teve doze anos de ascendência, como ministra das Minas e Energia, presidente do Conselho de Administração e presidente da República).
Não sei por que a candidata não destaca isso em sua propaganda eleitoral.

(Publicado no Facebook em 2 de outubro de 2014)

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Onde mais o IBGE errou?

Gustavo Maia Gomes

Na semana passada, tivemos de digerir o seguinte jiló:
“O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística corrigiu dados que constavam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios referente a 2013 (...) Segundo o IBGE, a desigualdade de renda proveniente do trabalho diminuiu em vez de aumentar, como primeiramente constava na pesquisa divulgada”. (Portal G1 Economia, 20/9/14)
Vamos admitir que erros ocorram, inevitavelmente. Se eles são acidentais, alguns deles favorecerão o governo. Estes também deveriam ser apontados e corrigidos. Mas as “correções” são feitas apenas quando o resultado se mostra inconveniente. (Foi também o caso do Ipea, em abril deste ano, na pesquisa em que apareceu um resultado esquisito sobre as agressões às mulheres.)
Para consertar isso, vou ESPECULAR sobre que outros erros poderia o IBGE ter cometido, sem que houvesse correção. Para selecionar bons exemplos, fui direto ao site eleitoral da presidente-candidata. Identifico o possível erro e imagino qual poderia ter sido a justificativa para ele.
O erro: “Brasil atinge menor taxa de analfabetismo da História: 8,5%”.
A correção: “Não existe a vírgula entre o 8 e o 5. A impressora tinha excesso de tinta e saiu botando sinais em tudo quanto era canto”.
O erro: “O Brasil tem a maior rede de proteção social do mundo”.
A correção: “Confundimos rede de dormir com rede de proteção. No Norte e Nordeste, tem mais rede do que gente”.
O erro: “Apenas 35 países [além do Brasil] estão fora do mapa da fome”.
A correção: “Houve um problema na amostra e a pesquisa foi feita apenas em São Paulo, com clientes que acabavam de almoçar no Restaurante Fasano”.

(Publicado no Facebook, em 21/9/2014)

Reflexões sobre um possível desastre

Gustavo Maia Gomes

Não creio que a eleição esteja perdida para Aécio ou Marina, mas, nos últimos dias, a possibilidade voltou a existir. "O Brasil está à beira do abismo" dizia a Oposição, nos anos 1950; "demos um passo em frente", defendia-se o Governo, em seus discursos.
Para desencanto de muitos, em setembro de 2014, outra vez, o país se encontra à beira do abismo — e uma parcela crescente dos seus eleitores parece disposta a dar um passo em frente. Mantidas as tendências, é para o buraco que vamos. Abismo, quem sabe, que justificará a criação de uma nova estatal, a Buracobras, de onde muitos milhões serão, devidamente, roubados pelos petistas de hoje, amanhã, e sempre.

Paradoxalmente, o renascimento eleitoral de Dilma acontece no mesmo momento em que as evidências da podridão e incompetência proliferantes em seu governo se escancaram: o assalto à Petrobras, a estagnação econômica, a volta da inflação, a crise da energia elétrica, a aliança com os mais repulsivos sarneys, malufs, renans, collors da política brasileira...
Atribuir a novamente possível reeleição da governanta a esse coquetel de horrores não faz sentido. Equivale a dizer que somos uma nação de imbecis. Então, o que resta para explicar essa volta coletiva à beira do abismo? A ação diferencial dos governos petistas em favor dos pobres? É o que eles gostam de trombetear. Trata-se, como soi acontecer, de uma grande falácia, mas compreendo que perceber isso não seja fácil.
Por que "falácia"?
Porque a "opção preferencial pelos pobres" (uma expressão usada muito antes do governo Lula) está escrita na Constituição de 1988 e arraigada na opinião pública brasileira, a tal ponto que nenhum governo dependente de votos se arriscaria a contrariá-la.
Foi assim com o PSDB: Fernando Henrique criou o Bolsa Escola e vários outros programas de transferência de renda, que fatalmente seriam expandidos em uma hipotética presidência de José Serra, após 2002. Além disso, com FHC, houve notável expansão do SUS e durante seus dois mandatos a educação pública fundamental se universalizou.
Acima de tudo, o PSDB derrubou a inflação brasileira, com benefícios somados para as famílias de baixa renda que ultrapassam a soma de tudo o que o PT fez em doze anos. Dizer que somente este partido corrupto beneficiou os pobres é uma grande mentira.
E por que descobrir o engodo não é tão fácil?
Só consigo buscar uma resposta em Goebbels, o genial e "bondoso" ministro da Propaganda de Hitler: "Uma mentira [e duas, e três, e quatro, e cem] insistentemente repetida vira verdade".
O segredo do PT é ter substituído, na cabeça de muitos (não apenas dos pobres), a realidade por uma representação falsificada da realidade. Hitler também fez isso e levou seu país para o abismo, ao mesmo tempo em que fazia os alemães acreditarem que marchavam em direção ao paraíso.
É o que nos espera, em 5 de outubro?

(Publicado no Facebook, 30/9/2014)

domingo, 7 de setembro de 2014

Mais razões para não votar no PT

Recentemente, elogiei no Facebook os livros "Getúlio" e "Padre Cícero", de Lira Neto. Poucos minutos depois, por coincidência, o autor destas biografias publicou na mesma rede social as razões pelas quais irá votar em Dilma Rousseff.
Destaco o seguinte trecho:
“Sou cearense, nordestino, e sei a enorme importância dos programas de redistribuição de renda em nosso país.
Somente quem vive em um aquário refrigerado desconhece a transformação social e o impacto sobre as pequenas e médias comunidades, proporcionados por projetos como o Bolsa Família e o Prouni.
Venho de uma família de cinco filhos. Pelas contingências históricas e perversas que todos conhecem, fui o único dos irmãos a entrar na universidade.
Hoje, contudo, vejo que a grande maioria dos meus sobrinhos, filhos daqueles meus quatro irmãos, estão cursando ou já concluíram um curso universitário, com um mundo de possibilidades pela frente.
Se não bastassem todos os outros motivos, só isso bastaria para definir meu voto. Sem mais.” (Lira Neto, no Facebook, 4/9/2014)
São suas razões, não são as minhas. Porém, dados os termos elegantes em que Lira Neto fez sua declaração, sinto-me inclinado a lhe explicar -– e a quem interessar possa -– por que sou e continuo a ser antipetista e favorável à candidatura de Aécio Neves.
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Desde logo, não apenas por ser nordestino, também reconheço, embora com ressalvas, o valor do Prouni, que oferece bolsas a estudantes inscritos em faculdades particulares.
A crítica que faço é que, ao invés de se concentrar no nível universitário, a política educacional do governo deveria ter dado prioridade ao ensino fundamental e médio, onde temos deficiências tão graves que os rapazes e moças formados pelas escolas públicas são, muito frequentemente, pouco mais que analfabetos funcionais.
Esses rapazes e moças formam a maioria dos contemplados com as bolsas Prouni. Com tamanha deficiência inicial, estão eles capacitados a aprender alguma coisa na faculdade? Aprenderão, realmente, ou, apenas, serão iludidos por um diploma universitário que significará pouco ou quase nada no mercado de trabalho?
Em minha opinião, o dinheiro gasto com o Prouni estaria mais bem aplicado na melhoria do ensino fundamental e médio. Se o PT não fez isso foi porque distribuir ilusões universitárias dá muito mais votos do que investir na qualidade do ensino, como se dizia antigamente, primário e secundário.
O governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) universalizou o acesso ao ensino fundamental, mas não melhorou muito sua qualidade. Com Aécio, há uma possibilidade de que isso venha a ser feito. Com Dilma, por todos os lados cercada de corruptos cujas prioridades são outras, duvido que haja.
***
Com muito mais restrições, também reconheço o valor de programas como o Bolsa Família. Isto é, reconheço o valor do alívio da pobreza possibilitado por esses programas, mas tenho fortes objeções à forma como isso tem sido alcançado.
Vamos separar duas situações:
(1) A das pessoas fisicamente incapazes para o trabalho, cuja renda familiar per capita seja menor do que um quarto do salário mínimo.
(2) A das pessoas fisicamente aptas para o trabalho, cuja renda familiar per capita seja menor do que um valor prefixado (atualmente, R$ 77 mensais, segundo o site do Ministério do Desenvolvimento Social).
As pessoas da classe (1) têm direito a receber o Benefício Assistencial de Prestação Continuada, no valor de um salário mínimo mensal. Esta política é anterior aos governos Lula e Dilma. Foi instituída por lei em 1993 (LOAS, Lei Orgânica da Assistência Social) e posta em prática por um Decreto de 1995, portanto, já no governo Fernando Henrique Cardoso.
Não tenho qualquer objeção aos Benefícios de Prestação Continuada – cujo valor unitário e total é muito superior ao do Bolsa Família –, apenas, não há como creditá-los à atual administração federal. Não servem, portanto, para justificar um voto em Dilma Rousseff.
Por seu turno, as pessoas da classe (2) têm direito a receber o Bolsa Família, cujo valor é pequeno e independe do salário mínimo. Novamente, não se trata de uma invenção do PT: o programa é uma continuação natural do Bolsa Escola, criado por Fernando Henrique Cardoso.
Já disse que tenho restrições a essa política. A principal é de ordem ética: ao quebrar a conexão entre o recebimento de renda e a prestação de serviços, o Bolsa Família desmoraliza o trabalho. Comunica aos seus beneficiários que eles podem ter acesso a uma parte da produção social sem ter contribuído em nada para ela, mesmo podendo fazê-lo.
Não estou dizendo que a pobreza seja tolerável, mas a resolução deste problema deveria vir, antes de tudo, das novas ocupações produtivas criadas pelo desenvolvimento econômico, uma via que tem sido, sistematicamente, destruída pelos governos petistas.
Mas, mesmo sem falar em desenvolvimento econômico, o benefício do Bolsa Família poderia ser condicionado a atividades direta ou indiretamente produtivas, como a prestação de serviços (que tal, por exemplo, exigir dos beneficiários que mantivessem limpas as ruas e calçadas dos bairros e comunidades onde vivem?) e a frequência a programas de qualificação profissional.
Dessa forma, a pobreza seria, igualmente, reduzida, ao mesmo tempo em que o governo estaria difundindo uma ética do trabalho e não de descompromisso com ele. Porém, uma reformulação nesse sentido do Bolsa Família não virá, jamais, de um novo mandato petista, para quem o programa tem a única função de produzir votos. Talvez, tampouco, venha de um eventual governo Aécio Neves, mas isso, pelo menos, não é impossível.
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Depois de tudo, quem sabe, eu devesse reconhecer que a discussão anterior, concebida como uma resposta a Lira Neto, está completamente desfocada.
Nenhum futuro governo do Brasil irá extinguir políticas como o Prouni e o Bolsa Família. Isso seria um suicídio político. A grande diferença, portanto, entre mais um governo do PT e outro, por exemplo, do PSDB, não estará nas políticas redistributivas. 
Em parte, a distinção estará na visão estratégica em política (Hugo Chavez, Fidel Castro, Evo Morales são o lixo da História; ao associar o Brasil às suas bandeiras o PT comete crime de lesa-pátria) e em economia (o intervencionismo do governo Dilma produziu a estagflação; só quem pratica o socialismo, hoje em dia, são países como Cuba e Coreia do Norte, que estão e continuarão a estar entre os mais pobres do mundo.)
Mas, a maior diferença entre um governo do PT e outro, por exemplo, do PSDB, estará na seriedade e no espírito público dos governantes. Nem eu, nem (imagino) a maioria do povo brasileiro aguenta mais conviver com a ladroeira e a boçalidade dessa gente que nos governa há doze anos. 
Queremos redistribuição de renda, sim, mas sem mensalões, sem aloprados, sem pasadenas, sem dólares na cueca, sem a degradação moral a que fomos levados.
Queremos redistribuição de renda, sim, mas sem presidentes que nos exponham a repetidos vexames internacionais, tentando colocar pastas de dentes de volta aos dentifrícios, ou enxergando cachorros onde só existem crianças, ou dizendo que as mulheres abrem seu negócio e sustentam os filhos abrindo o negócio.
Queremos redistribuição de renda, sim, mas sem alianças com figuras nocivas da política nacional, como Collor, Maluf, Garotinho, Renan, Sarney e tantos outros, de onde só podem sair negociatas, desvios de dinheiro público, enriquecimento ilícito.
Queremos redistribuição de renda, sim, mas sem dilmas, sem lulas, sem zé dirceus, sem delúbios, sem diretores da Petrobras presos por corrupção, sem doleiros mandando no país, sem este partido nocivo que nos assola há tanto tempo.
Gustavo Maia Gomes
(7/9/2014)

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Getúlio Vargas achava que R$ 5.500 era muito dinheiro

Estou lendo Lira Neto, (Getúlio, 1945-1954: Da volta pela consagração popular ao suicídio), que fecha a trilogia. Do autor, já havia lido não apenas os dois primeiros volumes do mesmo livro, mas também a biografia do Padre Cícero. São todos ótimos. Recomendo fortemente.

Dentre tantas informações preciosas, destaco duas, relevantes para o Brasil neste ano eleitoral. Diz Lira Neto: "Após ter passado quinze anos no poder, Getúlio saíra do Catete [então residência e local de trabalho do Presidente da República] como um cidadão remediado, sem ter usado o cargo em proveito do próprio enriquecimento". (Getúlio, Vol III, pág. 147)

Quando estava morando em São Borja (RS), no auto-imposto "exílio", Getúlio foi convidado a comparecer a um casamento importante, no Rio de Janeiro. Decidiu não ir, mas precisava oferecer um presente compatível. Autorizou sua filha Alzira a comprá-lo. Outra vez, cito Lira Neto: "Dada a [sua] situação financeira, o pai estipulou um teto de 5 mil cruzeiros (5,5 mil reais) para a compra do presente (...) O valor era compatível com a ocasião e a posição social da noiva, mas desfalcaria consideravelmente as já combalidas economias de Getúlio". (vol III, pág. 166)

Ou seja: uma despesa de 5,5 mil reais (em valores de hoje) "desfalcaria consideravelmente as já combalidas economias de Getúlio", um homem que havia passado 15 anos no poder, como ditador do Brasil.

Como isso deve parecer ridículo aos Lulas, Zé Dirceus, Delúbios, o petista que levava um milhão de reais na cueca, os aloprados, os compradores de refinarias superfaturadas... Acostumada a desfrutar de milhões e bilhões, essa gente, com certeza, considera 5,5 mil reais troco de garçom. Portando, para ela, Getúlio só podia ser um idiota.

Na verdade, idiotas somos nós, que demos emprego a tal classe de pessoas por tanto tempo.

(Publicado no Facebook, 4/9/14)

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Fazendo política no Facebook

Gustavo Maia Gomes

Os mini-textos a seguir, todos explicitamente políticos e abertamente anti-petistas, foram publicados em meu perfil do Facebook, no corrente mês de agosto. Estão reunidos para quem tiver interesse em lê-los, ou relê-los. Em dois casos, acrescentei títulos.

DILMA E A DESPROPORÇÃO
De acordo com o que nós, brasileiros, podemos deduzir de seu monólogo no Jornal Nacional, a presidente prestes a ser demitida pelos eleitores não vê nada demais em um país tão grande ser governado por uma pessoa tão pequena. (18/8/2014)

DILMA E O MÍDIA TREININGUE
De acordo com seu monólogo de há pouco no Jornal Nacional, a governanta gostou tanto da CPI da Petrobras que recitou as respostas ensaiadas sem nem ligar para o que lhe estava sendo perguntado. (18/8/2014)

DILMA E O MAIS PARAMÉDICOS
De acordo com seu monólogo de há pouco no Jornal Nacional, a governanta não vê nada demais em brasileiros morrerem nos corredores de hospitais imundos, pois Fidel Castro está cada vez mais saudável com o dinheiro que ganha exportando escravos. (18/8/2014)

DILMA E OS INDICADORES PRA FRENTE
De acordo com seu monólogo de há pouco no Jornal Nacional, a governanta não vê nenhum problema em a economia brasileira ser como rabo de cavalo, que só cresce para baixo. (18/8/2014)

DILMA E A APOLOGIA DOS MENSALEIROS
De acordo com seu monólogo de há pouco no Jornal Nacional, a governanta não vê nada demais em o PT transformar mensaleiros corruptos em supostos heróis, pois a Constituição exige a separação de poderes. (18/8/2014)

DILMA E UM CORRUPTO ATRÁS DO OUTRO
De acordo com seu monólogo de há pouco no Jornal Nacional, a governanta não vê nada demais em substituir um ministro corrupto por outro igualmente corrupto, pois seu governo criou a CGU (e mais 38 ministérios). (18/8/2014)

DILMA E A INFLAÇÃO ZERO
De acordo com seu monólogo de há pouco no Jornal Nacional, a governanta não está preocupada com a inflação que, atualmente, "é zero". (18/8/2014)

COMOÇÃO E OPORTUNISMO
Comoventes o funeral de Eduardo Campos, a resistência física e emocional de sua mulher e filhos, a solidariedade de muitos e o oportunismo de alguns, como o daquele inevitável senhor que, ao chorar tanto quanto a multidão inteira, deliberadamente criou imagens para o horário eleitoral de sua candidata gerente de obras superfaturadas. (18/8/2014)

SEGREDO SAGRADO
A investigação do acidente que tirou Eduardo Campos das eleições presidenciais será tão sigilosa que nem os investigadores designados para o caso poderão saber de sua existência, nem de seu andamento, nem de suas conclusões. Nem hoje, nem nunca. Nem eles, nem nós. (14/8/2014)

FALSIFICAÇÃO DA WIKIPEDIA: MINISTRO DESCOBRE DOIDINHO NO PLANALTO
Dilma vai fazer faxina geral no Planalto. Serão demitidos não apenas o doidinho, mas também quatro tarados, dois estupradores, vinte pistoleiros e trinta e dois falsificadores. Permanecerão em seus cargos apenas os ladrões. (12/8/2014)

ASSIM FALOU DILMATUSTRA
Sobre a falsificação dos perfis de jornalistas na Wikipédia, feita por meio de um computador do Palácio do Planalto, o que disse a governanta Dilma?

"Se quiser fazer [caluniar alguém pela internet], faça, mas não ponha o governo no meio."
Ou seja, destruir reputações pode. O que não pode é deixar pistas.
(10/8/2014)

A TIJELA DE HUMBERTO COSTA
Como é costume nas hordas petistas, o senador Humberto Costa não vê nada errado em se fraudar uma CPI, predeterminando as perguntas e as respostas da "investigação" parlamentar. Hoje, ele chamou de "escândalo de meia tijela" mais esta tramoia urdida pelos seus amigos.

Bem, se a tijela do senador for do tamanho de dois caminhões de lixo, e se um deles for carregado de mensaleiros, aloprados, rosemarys, lulinhas, andrés vargas e humbertos costa, não faço nenhuma questão de que o crime cometido pelo PT leve o nome "escândalo de meia tijela".

Abençoada meia tijela.

(5/8/2014)

sexta-feira, 30 de maio de 2014

E se os índios tomassem o poder?

Gustavo Maia Gomes




















A pergunta não é descabida. Índios estão em moda. Como tal, são intocáveis. Um policial ser flechado não escandaliza ninguém. Mas, vá ele descer o cacete em quem o feriu para ver o tamanho da reação pública. Neste clima, a vitória dos índios sobre todos nós é só uma questão de tempo.

O Brasil reconquistado pelos nossos primitivos habitantes será um país diferente.

A agricultura voltará a ser itinerante. Na falta de agrotóxicos, uma praga devastará as colheitas, causando fome generalizada. As queimadas, prática intrínseca à tecnologia indígena, arrasarão as florestas. O que sobrou da Mata Atlântica será consumido em seis meses; a Amazônia não aguentará quatro anos.

Índios não usam sanitários, mas os ambientes naturais. Sob seu domínio, este traço milenar da cultura será resgatado. No Rio de Janeiro, o Aterro do Flamengo se transformará num depósito de fezes humanas. Em São Paulo, o Ibirapuera; no Recife, o Parque da Jaqueira. Em Fortaleza, o Cocó, finalmente, fará jus ao nome. 

Andar vestido será um hábito suspeito. Em consequência, o Polo de Confecções do Agreste em pouco tempo fechará suas portas. As grifes hoje presentes em nossos shopping centers – Creuza, Ralph Laurent, Lacoste... – se mudarão para a Somália. Tangas de palha, por outro lado, farão enorme sucesso.

As eleições de outubro serão extintas. A escolha do chefe supremo será determinada pelos raios e trovões que caírem na casa dos candidatos. Na provável ausência de tais intempéries, os últimos tanques de guerra, equipados com arcos e flechas, imporão Dilma Nuvem Tenebrosa como cacique de todos nós.

Só então ficará claro que esses índios são, na verdade, militantes do PT.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A feiura das petistas

No dia 10 de maio, coloquei quatro posts no Facebook. Eles fizeram referência, explicitamente, ao desejo de 74% dos brasileiros de verem o país mudar; e, implicitamente, à feiúra das proeminentes petistas Dilma Rousseff, Ideli Salvati, Erenice Guerra e Graça Foster.
Sugeri que dentre as coisas que os brasileiros querem mudar está esse time de trucuçus. No banco de reservas, estariam Scarlett Johansonn, Angelina Jolie, Michele Obama e Ana Ivanovic. A diferença de qualidade dispensa comentários. Muda, Brasil.
Hoje, quero dizer que a feiúra das petistas não é um fenômeno, apenas, da aparência. Essa gente, antes de tudo, é feia na alma. A desconformidade física não passa de uma somatização.
Quem contempla Scarlett Johansonn vê saúde, espontaneidade; Angelina Jolie tornou-se um ícone da mulher corajosa, ao decidir fazer a prevenção radical do câncer; Michele Obama não perdeu a postura altiva, nem mesmo diante das traquinagens do marido; Ana Ivanovic ganha seus jogos por mérito próprio, sem recorrer a trapaças.
Em contraste, Erenice Guerra exala odores de dinheiros mal lavados; Ideli Salvati é, na melhor das hipóteses, uma mediocridade ambulante; Graça Foster faz qualquer negócio para manter o emprego e salvar a cara da chefona; Dilma Rousseff não passa de uma fraude inventada por outra.
A inegável feiúra das quatro vai muito além da epiderme.
(Publicado no Facebook em 11/5/2014)