quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Burrice Coletiva

Gustavo Maia Gomes

Bastou o Esquisito da Fazenda acenar, em Paris, com o aumento de alíquotas do Imposto de Renda -- um imposto direto -- para uma multidão de estações repetidoras trazer de volta o velho discurso de que taxar mais as pessoas com rendas altas "é bom".
Em contraste, os impostos indiretos (sobre o consumo, por exemplo) seriam "ruins". Pelo seguinte: ricos e pobres pagam o mesmo preço por um quilo de feijão. Para o pobre, esse gasto representa uma parte maior da renda. Portanto, o imposto do feijão é "injusto", pois o pobre paga mais que o rico.
Os economistas tentam arranjar uma explicação menos óbvia para seus preconceitos mas, no fundo, (quase) todos achamos que a fonte da riqueza e dos altos rendimentos é o roubo. Portanto, aumentar o imposto sobre os altos salários (ou, melhor ainda, sobre a riqueza) ajuda a reduzir a injustiça, "é bom".
Agora, vamos sair da fantasia e ir para os fatos. Tirando o caso dos zé dirceus e gente da mesma espécie, cujos ganhos e fortuna foram, realmente, roubados, a história do mundo é completamente outra. Todos nós vivemos do que os empresários, organizando seus trabalhadores, operando seus investimentos, produzem. Podemos obrigar os "ricos" a pagar impostos mais altos, sim, porém, seria isso "justo"? E se o aumento da taxação causar uma produção menor, seria isso "bom"?
São os Ford, os Rockefeller, os Mauá que organizam a produção e fazem nascer os empregos, os bens e serviços, a riqueza que se acumula até fazer a diferença entre a Alemanha e a Somália; a Coréia do Sul e o Haiti. Enquanto acharmos que os ricos são os inimigos, estaremos, apenas, derrotando a nós mesmos.
Altos rendimentos indicam elevada contribuição à geração de bens, de serviços e de riqueza. Vamos, então, taxá-los? Vamos desestimular o sucesso, vamos criar incentivos para que as pessoas produzam menos? Além de injusto não seria, também, uma burrice?
Claro que existem as distorções, como o funcionário que faz greves anuais para continuar sugando as tetas do Estado, ou o pastor evangélico que vive de enganar o próximo. Para esses, recomendo cadeia, não impostos altos.

(Publicado no Facebook em 9/9/15)

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