quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

DE ZURIQUE AO RIO DE JANEIRO

Gustavo Maia Gomes
Recife, 7-1-2019
O suíço Leonhard Kuhn (1830-1903) mudou-se de Zurique para o Recife em 1850. Aqui conheceu Maria Margarete Gertrud Gartner (1834-93), filha de alemães nascida em Pernambuco. Casaram-se (1861) e foram morar no Poço da Panela, à época, um arrabalde aprazível, mas distante do centro do Recife; hoje, um bairro valorizadíssimo, com muitas construções do século XIX ainda preservadas.
Depois de se estabelecer no Recife, Leonhard aportuguesou seu nome. Foi, inicialmente, guarda livros, ou seja, contador, de empresas importadoras e exportadoras; em anos mais maduros, exerceu atividades empresariais na indústria, agricultura e comércio. Sua mulher, como era quase obrigatório naqueles anos, cuidou da casa, teve filhos e os criou. Apenas dois: Maria Margarida Kuhn (1864-1947) e Cornélio Otto Kuhn (1872-1946).
Leonhard e Maria Margarete foram meus trisavôs. A filha do casal, de mesmo nome da mãe (Margarida, na grafia portuguesa), casou-se com Manoel Sebastião de Araújo Pedrosa (1853-1906). Os dois viriam a ser meus bisavôs. Manoel Sebastião era pernambucano. Formou-se em Direito, mas preferiu continuar dono do Colégio Onze de Agosto. Até 1899, quando virou senhor de engenho em Santa Rita, Paraíba.
Os filhos, netos e bisnetos de Maria Margarida e Manoel Sebastião não tiveram sobrenomes Kuhn. No meu caso, por exemplo, sobreviveu apenas o “Pedrosa”. O mesmo não aconteceu com os descendentes de Cornélio Otto, o irmão da Maria Margarida: o nome Kuhn foi mantido, exceto em alguns casos, por razões de casamentos. Há um ano, Lourdes Barbosa e eu prazerosamente recebemos para um jantar em nossa casa Judith Kuhn e sua filha Isabella. Neta e bisneta de Cornélio Otto.
Para seguir a carreira militar, Cornelio Otto Kuhn trocou o Recife pelo Rio de Janeiro, em 1890. Casou-se na então capital federal com Maria Luiza Couradina Rieken (1886-1968). Ela sobreviveu 16 anos ao marido. Era, também, como Maria Margerete Gartner, filha de alemães.
Cornélio e Maria Luiza tiveram quatro filhos: Edith Luiza (1907-66), que se casou com Clóvis Pedrosa (1902-68), num segundo encontro das duas famílias; Leonardo Otto (1910-95), Maria Luíza (1912-2002) e Dagoberto Otto (1923-95). Dos quatro filhos, somente Dagoberto, casado com Neusa Pinto do Nascimento (1924-2015), gerou herdeiros: Judith, Guilherme, Luciano e Inês. Todos estão vivos e saudáveis.
No Natal de 2018, os quatro irmãos Kuhn se reuniram no Rio de Janeiro. Não apenas eles, também seus filhos e netos. Tiraram fotos, a mim enviadas por Judith, com a gentileza que lhe é própria. Ela me autorizou a publicá-las. As legendas que as acompanham identificam as pessoas. Os Pedrosas que também são Kuhn, embora não explicitamente, podem ter interesse em vê-las.

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