quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

PESADELO

Gustavo Maia Gomes
Recife, 7-1-2019
Muita gente tem feito ácidas críticas ao governo Bolsonaro, que ainda nem completou uma semana. Não estou me referindo a petistas e simpatizantes, mas a pessoas supostamente capazes de entender do que nos livramos.
Temos, como cidadãos, o direito de expressar contentamento ou repúdio a decisões que nos afetarão a todos. Mas, será razoável, a esta altura, assumir uma posição derrotista com respeito ao governo?
Por pior que tenha sido a primeira semana de Bolsonaro presidente (eu não a achei ruim, ao contrário), ela evitou situações que, provavelmente, teriam acontecido, houvesse o outro candidato vencido a eleição.
Meditem sobre estas ocorrências hipotéticas, dignas do pior pesadelo:
1. A Ministra da Agricultura, Dilma Rousseff, prometeu combater imediatamente a raiz quadrada (e, num segundo momento, também a cúbica), que somente têm servido aos interesses dos grandes proprietários.
2. Formado o governo, o PP rouba na Infraestrutura, o PMDB nos bancos públicos, o PTB vende licenças para sindicatos e o PT fica com os restantes 80% da grana. O PSDB ainda não decidiu o que fará.
3. Lula foi solto um dia após a vitória de seu poste. Pediu habeas corpus para ser ministro de alguma coisa. Gilmar Mendes autorizou. "Lula Livre" é o slogan do governo.
4. Paulo Crédito Consignado e Gleisi Codinome Amante — ele, diretor da Polícia Federal; ela, procuradora geral da República — vão retomar a obra interrompida pelo golpe.
5. Autorizado pelo STF, José Dirceu deixou o país. Foi para Cuba concluir o curso de terrorismo iniciado há muitos anos, quando ele tinha outro nariz.
6. O MST começou a reforma agrária incendiando todos os laboratórios da Embrapa. Stédile ocupou com seu exército a sede da ONU em Nova York.
7. A Força Nacional de Segurança Pública invadiu 150 fazendas produtoras de soja alegando que o agronegócio negocia com o agro.
8. No ensino das crianças, não haverá mais Matemática e Português, substituídas pelas disciplinas Ideologia de Gênero, Democracia na Venezuela e Aquecimento Global.
É isso o que queremos de volta?

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