quarta-feira, 3 de outubro de 2018

O DIA EM QUE CHURCHILL VOTOU EM STALIN

Gustavo Maia Gomes
Recife, 18-9-2018
Winston Churchill, nós sabemos, era o mais ferenho dos anticomunistas. Detestava Josef Stálin, abominava sua ditadura, repelia o regime ateísta. Eis que, um dia (22 de junho de 1941), em plena guerra naquele momento travada, de fato, apenas entre a Grã Bretanha e a Alemanha, os nazistas invadem a União Soviética comunista.
O que faz Churchill? Fica observando, à distância, indiferente? Não, vai à BBC (a rádio oficial britânica) poucas horas depois da invasão e pronuncia um de seus marcantes discursos. Para dizer, entre outras coisas, o seguinte:
“Temos apenas um objetivo e um único propósito irrevogável. Estamos decididos a destruir Hitler e todos os vestígios do regime nazista. Nada nos afastará disso. (...) Qualquer homem ou Estado que lutar contra o nazismo terá nossa ajuda. Qualquer homem ou Estado que marche ao lado de Hitler é nosso inimigo.”
Houve quem o criticasse. – Mas, você não era anticomunista? – A sua resposta, como frequentemente acontecia, foi brilhante. Sim, concordou, Stálin e seu regime eram detestáveis, mas, numa hora crítica como aquela, até mesmo essas objeções tão graves tinham de ser sacrificadas às necessidades prementes.
E completou, didaticamente: “se Hitler invadisse o Inferno, eu faria, no mínimo, uma menção de apoio ao Diabo no Parlamento”.

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