quarta-feira, 3 de outubro de 2018

OLGA SEM FOLGA

Gustavo Maia Gomes
(26/6/2018)
Sempre a conheci trabalhando. Administrando a casa enorme, com um quintal correspondente; cuidando de que as refeições fossem preparadas e servidas; fazendo doces e geleias, ou levando e trazendo do sol a tábua com umas cinquenta bananas, postas para secar e virarem passas.
Olga Dias Cardoso (1895-1978), que trocou os sobrenomes para Cardoso Pedrosa com o casamento, minha avó materna, perdeu o marido ainda jovem. Teve de dar conta sozinha das quatro filhas e dois filhos. (A mais velha de todos, Maria do Carmo, mal tinha feito 20 anos, quando o pai morreu.)
Muito religiosa, lia O Semeador, jornal da Diocese de Maceió, e ouvia a Difusora de Alagoas no seu rádio Mullard (acertei o nome, Marcus Antonio Pedrosa Ferreira?) Escrevia cartas, num escritório só dela, o primeiro cômodo da casa. Suas quatro filhas, todas, se casaram. Os filhos homens, também.
Morreu em paz, há quarenta anos.

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