sexta-feira, 9 de junho de 2017

A gente estamos aqui

Gustavo Maia Gomes

Inspiro-me em Lêda Rivas (hoje, ela reclamou da expressão “fulana tinha um futuro pela frente”) para escrever minha crônica cotidiana diária que sai quase todo dia. Moro em Recife, onde os escritores escrevem. Alguns, em norueguês.
A gente estamos aqui para defender o indioma e dizer que, ao contrário do que pensa Adel Savir, o presidente Temer, por exemplo, tinha, até ontem, um belo futuro pela frente. (Hoje, sabemos que teve um horripilante passado para trás.)
Não é só isso. Qual o problema alguém dizer “os R$ 600 milhões anunciados no domingo é empréstimo” ou “seus vizinhos o cumprimentam, sabe, de certo modo, quem ele é”, como li, hoje, em jornal de Recife?
Uma vez, fui procurado por um aluno. Queria que eu participasse de sua banca de tese. Mostrou-me o projeto: “Uma análise sobre a rizicultura”. Pensei: ele vai se sentar sobre um saco de arroz e fazer a análise de alguma coisa. Mas, do quê?
Tenta ler um economista francês, Leda. Tenta. Aí, tu vai ver o que é bom pra tosse. O caráter dialético contraditório do capitalismo financeiro universal globalizante e concentrador explica tudo. Inclusive, o futuro à frente.

(Publicado no Facebook, 30/5/2017)

Nenhum comentário:

Postar um comentário