sexta-feira, 9 de junho de 2017

O Dia D (Deles) e o Dia N (Nosso)

Gustavo Maia Gomes

Em 6 de junho de 1944, o Dia D, quatorze países aliados, dentre eles Austrália, Canadá, Bélgica, França, Grécia, Nova Zelândia e Noruega, sob o comando dos Estados Unidos e da Grã Bretanha, deram início à invasão da Normandia, abrindo a frente Oeste na guerra contra a Alemanha.
A operação contou com cinco mil navios, quatro mil balsas e onze mil aviões. Cem mil soldados desembarcaram nas praias francesas, no Dia D. Em uma semana, seriam trezentos mil; em julho, um milhão. Sua missão era vencer a guerra, destruir o monstro nazista, restabelecer a paz, a democracia e a prosperidade no continente.
Um ano depois, haviam conseguido tudo isso, na Europa ocidental, pelo menos. Ali, nos dias de hoje, a vida deve ser boa: ninguém que mora na Bélgica, França, Grécia, Noruega (ou Grã Bretanha, Alemanha, Holanda...) quer fugir. Ao contrário, muita gente morre na tentativa de se juntar a essas pessoas ricas, livres e felizes.
Em 10 de maio de 2017, o Dia N, quatorze entidades suspeitas, dentre elas a CUT, o MST, a CNBB, sob o comando do Partido dos Trabalhadores nos Sindicatos e no Governo, deram início à invasão de Curitiba, abrindo mais uma frente na guerra contra a lei, a decência e a esperança de que, um dia, este país deixe de ser um covil de ladrões.
A operação juntou cinco mil ônibus alugados com o dinheiro público do imposto sindical, quatro mil balsas movidas a propina, e onze mil aviões que nunca irão voar, pois o dinheiro de sua fabricação foi desviado. Cem mil pelegos comendo mortadela e mais outros tantos idiotas úteis fedendo a Marx desembarcaram nas praias paranaenses, no Dia N. Em uma semana, terão ido embora; em julho, estarão queimando pneus noutro lugar. Sua missão era defender um réu acusado de nos roubar, desta forma preparando o caminho para restabelecer a cleptocracia no continente.
Um ano depois, sonham ter conseguido tudo isso, no Brasil continental. Aqui, com o lulismo restaurado, a vida será boa para quem tiver uma boquinha no governo, ou uma bolsa família reajustada a cada mês. Fora esses, ninguém há de querer ficar. Muita gente será barrada na tentativa de se juntar às pessoas ricas, livres e felizes... dos Estados Unidos... da Europa ocidental...

(Escrito na madrugada do Dia N, 10/5/2917. Publicado no Facebook no mesmo dia)

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