sexta-feira, 16 de agosto de 2019

AÇAÍS DA ESPERANÇA

Gustavo Maia Gomes
Há 16 anos, quando Lourdes e eu viemos morar no Alto do Céu, cercamos com buganvílias o terreno da nossa casa. Elas cresceram mais que o previsto, até subindo em telhados alheios. E ainda brigam entre si pelo pouco espaço disponível.
Então percebemos que nem todas as buganvílias são igualmente fortes. Roxas invadem o espaço das amarelas; brancas triunfam, vermelhas sucumbem. Para assegurar seu direito ao brilho, tivemos de ajudá-las podando as rivais.
Mas, nem só de buganvílias vive o mundo. Apreciamos pincelar o verde com outras plantas de cores diferentes. Um painel de jiboias amarelas alto de seis metros, largo de quase dez é, talvez, o ponto alto do nosso jardim.
Elas foram plantadas em 90 cestas penduradas. O detalhe importa. Se os ramos da jiboia descem, suas folhas não mudam de tamanho; se sobem, (os das plantadas no chão, por exemplo), elas aumentam, produzindo efeitos diferentes.
Exigentes, as flores gostam, quase todas, de muito sol, fator escasso em jardins cercados de buganvílias, plantados à sombra de árvores. Recusam-se a aparecer se a terra não é boa, a irrigação inadequada ou a fertilização insuficiente.
Mas, se bem tratadas, na hora certa, desabrocham. Aqui temos jasmins com cheiro e sem cheiro; brancos e vermelhos, orquídeas várias, e tantas outras cujos nomes nem sabemos... Samambaias, também merecem registro especial.
E os açaizeiros trazidos por Lourdes de Belém? Palmeiras belíssimas, que alcançam dez ou doze metros, crescem em silêncio. Algum dia, por causa deles, sonhamos atrair alguma ONG dessas boazinhas para nos financiar.
Se esse não for um sonho sustentável, pouco importa. Desfrutar de jardins é uma das coisas boas da vida. Eles dão trabalho e custam caro. Mas, devolvem com sobras, em prazeres de quem os aprecia, cada minuto e centavo gastos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário