terça-feira, 2 de abril de 2019

DOIS NA SERRA

Gustavo Maia Gomes
Entre os Alpes suíços e a Serra do Pirauá (a 130 km do Recife), Lourdes Barbosa e eu preferimos a segunda. Pelo menos, no fim de semana terminado hoje. Já tínhamos estado lá duas vezes. Esta não será a última.
Na região nasceu ou morou a ancestral mais antiga que pude identificar: Maria Madalena da Silva (1811-99). Ela e o filho (o marido, se existiu, desapareceu pelas brechas da história) Manoel Sebastião de Araújo Pedrosa (1853-1906), meu bisavô.
Além do padre Francisco Raimundo da Cunha Pedrosa e seu irmão Pedro, que viria a ser senador federal pela Paraíba. Este último, pai de Mario Pedrosa (nascido em Timbaúba, cidade pernambucana próxima), crítico de artes de renome internacional. Comunista e inspirador do PT, imaginem.
O arruado de Pirauá tem dupla estadualidade. Divide-o uma rua. De um lado, Macaparana (PE), de outro, Natuba (PB). Há um restaurante bom, afastado do centro, e um hotel satisfatório, embora (pela sua arquitetura urbana) em desarmonia com o potencial turístico do lugar, atrativo como serra (650 metros de altitude, mais do que em Gravatá, no Agreste pernambucano), não como cidade.
A altitude garante cinco ou seis graus a menos de temperatura em relação ao tórrido Recife. À noite, faz frio. Desfrutamos de seus vinte graus — dezoito, com a brisa. A serra também cria amplidão de vistas: adoramos contemplar as paisagens deslumbrantes.
Ainda não existe movimento turístico apreciável em Pirauá. O restaurante enorme teve apenas dois clientes (adivinha quem) no jantar da sexta-feira e no almoço do sábado. O hotel de bom tamanho, da mesma forma, só teve nós dois como hóspedes no fim de semana.
A fábrica de queijos estava fechada, a feira terminou antes de percebermos que ela havia começado, a belíssima formação rochosa conhecida como Pedra do Bico tem acesso difícil e mal sinalizado. Em matéria de transformar aquelas paragens em ponto turístico, tudo está por fazer.
Em resumo: foi ótimo!
(Publicado no Facebook, 24-2-2019)

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