terça-feira, 2 de abril de 2019

O PRIMEIRO SOGRO DE ALÍPIO

Gustavo Maia Gomes
Em “O Trem para Branquinha” (Recife: Cepe, 2018) relembro um pouco Alípio Maia Gomes (1878-1916), irmão de meu avô paterno Nominando. Há poucos dias -- e faço aqui o registro --, descobri novas informações sobre seu primeiro sogro, Rodrigo Antônio Falcão Brandão (1865-1911).
Aos 19 anos, Alípio mudou-se de Maceió para Salvador onde, em 1903, formou-se médico. Foi morar e trabalhar em Santo Amaro da Purificação, uma cidade do Recôncavo baiano. Ali conheceu Luíza Pires Guimarães Brandão (1887-1910), que se tornaria sua esposa em 1906.
Precocemente viúvo, pois Luíza morreu em 1910, Alípio casou-se, em seguida, com Elisette Cardozo. Os únicos descendentes dele que conheço são desse casamento com a filha do jornalista Sergio Cardozo (1858-1933).
O pai de Luíza, Rodrigo Brandão era figura importante em seu Estado. Há uma extensa referência a ele num livro de louvações ao governo Luís Viana (viveu de 1846 a 1920; governou a Bahia de 1896 a 1900). Transcrevo a seguir:
“Deve partilhar muito justamente dos louvores (...) que tecemos ao digno governador da Bahia um dos seus mais dedicados e infatigáveis auxiliares, o Sr. Dr. Rodrigo Antônio Falcão Brandão, digno secretário do Tesouro e da Fazenda.
Tive a felicidade de ser a ele apresentado e devo consignar aqui que a sua pessoa cativou-me pela gentileza do trato e pelos elevados dotes do seu espírito bem cultivado e bem orientado no que se refere a finanças e administração pública.
Não é o Dr. Rodrigo Brandão um simples secretário que se limite a por em execução leis ou medidas de iniciativa alheia: é um perfeito auxiliar do governador e a sua opinião abalizada é sempre consultada quando se trata de defender e acautelar os interesses do Estado.
Conhece a fundo a vida econômica da Bahia: sabe onde radica sua riqueza e quais os meios que devem ser empregados para fazer multiplicar os seus recursos. Fiel cumpridor da lei, interpreta-a e a faz executar sempre em proveito do Estado.
Mais do que escrupuloso é de uma meticulosidade extraordinária para tudo quanto se refere ao bom andamento dos negócios da secretaria que dirige. É assim que da sua repartição jorra constantemente a luz e, dia a dia, pelos dados oficiais que faz inserir na imprensa, pode acompanhar o desenvolvimento econômico do Estado.
O ilustre governador deve ver na pessoa do Dr. Rodrigo Brandão o seu auxiliar mais eficaz na obra de engrandecimento material do Estado e o mais competente para cooperar na realização de seu programa financeiro, ao qual já deve a Bahia muitos e importantes serviços.”
(Trecho citado de João de Pino Machado. O Estado da Bahia e a Administração do Conselheiro Dr. Luís Viana, Rio de Janeiro, 1899, págs. 59-60.)

(Publicado no Facebook, 27-3-2019)

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