quinta-feira, 26 de outubro de 2017

A BIENAL QUE NUNCA HOUVE



O Diário do Dia ("Matutino pernicioso fundado pelo Vigário Tenório, padroeiro dos vigaristas") teve somente uma edição, em 1994 que, entretanto, não circulou. Sua seção artística era sempre aguardada com ansiedade pelos que a escreviam. Eis a notícia sobre a grande exposição da época.
XXXIII Bienal
Depois de passar pela bilheteria, o visitante será conduzido ao salão de exposições, onde não existe absolutamente nada, além das paredes, chão e teto. A crítica tem sido entusiástica considerando que, nesta Bienal, finalmente foram atingidos os ideais da Escola Abstracionista. No Anhembi. (Leia abaixo o comentário de Pedro Pierre.)
Imperdível !
Atenção leitor interessado em arte: a Bienal está demais. Território dominado pelos abstracionistas, imagine que você não consegue ver, tocar, cheirar, nem manusear nenhuma das peças em exposição. É o triunfo final das ideias de Picasso, Rolasso e Caralhasso.
Até ontem, não se podia dizer que o abstracionismo reinasse sozinho nas artes plásticas, pictóricas e mictóricas, pois também existiam o concretismo, a argamassa e o cimento armado. Com a abertura da Bienal, o triunfo dos abstracionistas é definitivo. A tal ponto que, de concreto, na Bienal, só mesmo o preço dos ingressos. Mas, quem liga para essas coisas?
O leitor que me perdoe, mas faltam-me palavras para expressar a imensa satisfação que sinto em não ver a arte contemporânea.

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