quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

APARECEU MARIA ALEXANDROWNA !


Gustavo Maia Gomes

Relato um evento extraordinário para quem, como eu, se interessa em restabelecer relações familiares há muito perdidas, ou jamais achadas. Há dois dias, fiz uma postagem despretensiosa em minha página do Facebook: quatro fotos de flores acompanhadas de quase nenhum texto. Recebi vários comentários, mas, sem detrimento dos outros, o mais importante foi este:

“Bom dia. Flores muito lindas. Eu me apresento: sou a filha de Mário Brandão Maia Gomes. Meu nome é Maria Alexandrowna de Jesus Brandão Maia Gomes. Moro em Campinas, Estado de São Paulo. Nasci no Rio de Janeiro no ano de 1943. Fui batizada na Igreja da Lapa. Meu avô [chamava-se] Alípio Maia Gomes.” (Alexandra Maia, em comentário a uma postagem minha no Facebook em 21/14/2019)

Eu já sabia da existência de Maria Alexandrowna (respeito sua grafia; o Diário da Noite, do Rio de Janeiro, na notícia fotografada abaixo, escreveu “Alechandrovna”, com "ch" e “v”). Também sabia que ela era filha de Luzia Antunes Brandão, a última mulher de Mário Brandão Maia Gomes. Mas, a nota publicada em 1946 (Mário havia morrido três anos antes) não diz quem era o pai de "Maria Alechandrovna".

Eis que a própria Maria me descobre, se apresenta, revela ser filha do personagem mais rocambolesco, digamos assim, de “Uma Noite em Anhumas”, meu livro prometido para 2020. Com efeito, o filho de Alípio Maia Gomes (alagoano que foi estudar Medicina na Bahia e morreu por lá, deixando muitos descendentes) teve uma vida pra lá de atribulada.

Jornalista, escritor, boêmio, vivia se metendo em confusões. Ficou órfão de mãe aos quatro anos e de pai aos dez. Já adulto, brigou numa boate e levou um tiro, no Rio de Janeiro; noutro momento, em Santo Amaro (BA), foi ferido num braço, que teve de ser amputado; matou um motorista, em Maceió, e passou uma temporada na cadeia, devido a isso. Publicou dois livros, um dos quais eu consegui comprar na Estante Virtual, li e gostei. Tentou se suicidar várias vezes. Na quarta, teve sucesso.

Alexandra Maia, como se assina a prima que desconhece (ainda) a existência de seus parentes em Maceió, Salvador, Recife e Rio de Janeiro, é muito bem vinda ao nosso círculo de amizades virtuais e presenciais.

(Publicado no Facebook, 23/11/2019)

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