terça-feira, 7 de janeiro de 2020

CATÁSTROFE É ISSO AÍ


Gustavo Maia Gomes
Recife, 7 de janeiro de 2020

Meus caros Jorge, Newton, Ivan, Alexandre, apreciadores da boa música:

Li o material que Jorge mandou, os arquivos com nomes “Aceleração 01” e o “Aceleração 02”. Parecem ser parte de um artigo ou livro (António Guerreiro e João Oliveira Duarte, Breve Léxico de Nosso Tempo) sobre o qual não foram dadas outras referências, como data e local de publicação, etc. De modo que me reporto, nos comentários abaixo, apenas às onze páginas disponibilizadas em PDF. A observação mais geral é a seguinte: se entendi o que os autores quiseram dizer, achei um horror. Se não entendi, também achei um horror: afinal, quem são esses dois que não conseguem formular de maneira compreensível seu pensamento?
Vamos por partes. Transcrevo a seguir e comento algumas passagens que me chocaram sobremodo.
(1)   “A aceleração como o motor da história moderna...” (“Aceleração 01”)
O que é isso? Não sou engenheiro, ao contrário de Ivan e Newton, mas tenho noções básicas de Física. Onde já se viu alguém dizer uma asneira dessas? “Aceleração” é mudança de velocidade – um sintoma, se quiserem –, não é motor de coisa nenhuma. Esse é um emprego errado, desorientador – misleading, alguém diria, em inglês –, de uma palavra que, afinal, tem significado e conotações consagrados.
(2)   “Aceleração como nova forma de totalitarismo” (“Aceleração 01”)
Uma frase ininteligível. (Talvez a intenção tenha sido essa.) Faço hipóteses: “Totalitarismo”, no caso, quer dizer: (i) que, hoje em dia (daí o “nova forma”), tudo se acelera; (ii) que somos compelidos a acelerar cada vez mais tudo o que fazemos, pensamos, desejamos; (iii) alguma outra coisa que mal consigo imaginar.
A alternativa (i) é tosca e sensacionalista. Talvez estejamos fazendo as coisas mais rapidamente, hoje. Mas, seria o aumento de velocidade, em si, algo novo? Não. Os homens e mulheres que, em sucessivas gerações, há doze mil anos, vieram da Europa para as Américas, a pé, via Estreito de Bering (aproveitando o desaquecimento global de sua época), gastaram milênios para completar a viagem. No final do século XV, Cristóvão Colombo e Pedro Álvares Cabral fizeram outro percurso, mas chegaram ao mesmo destino, em dois meses. No início dos 1900, aviadores demoravam dias para cruzar o Atlântico, parando onde pudessem para reabastecer as aeronaves e a eles próprios. Meio século mais tarde, o Concorde ia de Nova York a Paris em três horas. Pelo visto, a aceleração é velha pra caramba; não constitui característica diferencial dos tempos atuais. Vem acontecendo desde eras imemoriais.
A alternativa (ii) não é melhor. É verdade que muitas coisas são feitas, no presente, mais depressa do que jamais o foram. Se quiserem chamar isso de “aceleração”, vá lá, embora fosse mais adequado identificá-lo como “efeitos da aceleração”. Entretanto, prefiro ver o assunto de maneira analítica. O que existe na atualidade é o resultado acumulado de sucessivas escolhas racionais de homens e mulheres. Um princípio econômico simples se aplica aqui. Normalmente, as pessoas buscam fazer mais (ou melhor) gastando menos tempo, dinheiro, esforço. Em grande medida, têm tido sucesso. Ninguém estava obrigado a isso, a “acelerar”. Certamente, elas não foram compelidas pelo capitalismo (que, tenho certeza, vai aparecer nesse discurso) ou outra força diabólica qualquer. Fizeram-no porque era racional fazer e todos nos beneficiamos com o que resultou do processo.
Escolhas racionais não são exclusividade nossa (dos homens e mulheres da segunda metade dos 1900 e primeiras décadas do terceiro milênio), nem nunca se limitaram a um único setor de atividade. Falei, lá em cima, no transporte (dos primitivos humanos chegados às Américas aos passageiros do avião supersônico), mas poderia ter falado na comunicação (urros aleatórios, sinais de fumaça, imprensa, telégrafo, telefone, internet – tudo, cada vez mais rápido e eficiente); na indústria (a pedra polida devia levar meses para ser terminada; nos anos 1910, Henry Ford e seus operários produziam 1.500 automóveis por dia); nos esportes (os novos recordes olímpicos de atletismo e natação são sempre mais curtos – distâncias percorridas em menos tempo – do que os anteriores)...
Reforçando o que escrevi a respeito da alternativa (i), e que se aplica também à (ii), nada há de novo no encurtamento do tempo necessário para fazer as coisas. Mas, indo além disso, se algum filósofo alemão ou português (dos franceses, nem falo) quiser identificar “aceleração” com totalitarismo, aí entramos em terreno minado. Pois essa última palavra está carregada de valor: ninguém elogia o outro chamando-o de totalitarista. Portanto, se, depois de dizer que vivemos a era da aceleração (o que é falso), completamos o pensamento colando o nome totalitarismo a esse suposto fenômeno diferencial, estamos dizendo que nossa época é uma desgraça.
E nossa época não é uma desgraça. Ao contrário. É a melhor já vivida pela humanidade e, tudo indica, ainda vai melhorar. Recentemente, alguém do Instituto Mises Brasil escreveu um artigo (que li no Facebook, mas não consegui recuperar) mostrando que, sob muitos aspectos, as pessoas comuns contemporâneas nossas estão em situação melhor do que a dos magnatas do século XIX. Têm acesso a bens e serviços extremamente valiosos que não existiam há cento e poucos anos. Para citar um caso conhecido, Nathan Rothschild, o homem mais rico de seu tempo, morreu (em 1836), de uma inflamação lombar, coisa besta que hoje não mataria ninguém socorrido pelo SUS.
Tenho outros exemplos. Nenhum de nós gostaria de morrer por causa de uns furúnculos, como aconteceu (em 1936), com meu avô Manoel Sebastião de Araújo Pedrosa. Minha filha mais nova, Gabriela, que tem 23 anos e ainda mora comigo e Lourdes, teve uma crise de apendicite, dois meses atrás. Fiquei muito satisfeito em saber que ela seria operada sob o efeito de anestésicos, e não, como acontecia com todo mundo, ricos e pobres, dezessete décadas atrás, a cru, com o paciente amarrado por cordas enquanto era retalhado. Mais ainda: a agricultura moderna alimenta sete bilhões de pessoas; na passagem entre os séculos XVIII e XIX, Thomas Robert Malthus e os economistas clássicos ingleses consideravam isso uma impossibilidade absoluta. Ocorrências generalizadas e agudas de fome, tão comuns até recentemente, hoje são uma raridade, exceto em rincões pequenos, isolados e inexpressivos da África.
Além de nossa época não ser ruim nesses e em tantos outros aspectos, não existe nela nenhum “totalitarismo da aceleração”. Isso não passa de uma mentira propagada por intelectuais que acham chique reclamar da vida. Ao contrário, as possibilidades abertas hoje a um grande número de cidadãos (especialmente, da classe média para cima), em boa parte dos países, são muito mais amplas e diversificadas do que jamais o foram. Por exemplo: praticamente qualquer brasileiro aposentado pode ir morar em Portugal. A viagem custa um infinitésimo do que já custou; o dinheiro recebido dá para o gasto mensal; os bancos fazem as transferências periódicas de maneira confiável e cobrando pouco. Se preferir, esse homem ou mulher viverá a vida tranquilamente sem internet, sem celular, sem ler jornais, sem tomar vinhos bons e baratos, sem visitar via Google os melhores museus do mundo, sem assistir concertos musicais executados naquele mesmo instante em Braga ou no outro lado do mundo.
Mas, o brasileiro aposentado não fará essas escolhas estúpidas. Será porque o “totalitarismo da aceleração” o obriga a ser igual ao seu vizinho? Não. Acontece, apenas, que o gajo não é burro e, portanto, acha ótimo desfrutar das comodidades que a moderna tecnologia lhe põe ao alcance. E faz muito bem. Não é só aquilo dito acima: Napoleão Bonaparte, com todo o seu poder, jamais viu o mundo de um ponto situado dez mil metros acima do nível do mar. Jorge, Ivan, Newton, Alexandre Braga (que não está em Braga), eu, todos nós desfrutamos disso rotineiramente. Os filósofos reclamantes também o fazem, numa boa.
Condenar o mundo moderno – o mundo da presumida “aceleração totalitária” –, ao mesmo tempo em que se usufrui dele é sacanagem. Na minha opinião, a irresponsabilidade intelectual de filósofos regiamente pagos pelas sociedades em que vivem – e que cuidam de denegrir – não pode ser perdoada.
Da Alternativa (iii), por razões óbvias, nada tenho a dizer.
(3)   “O Antropoceno corresponde a uma força geológica capaz de destruir o planeta, ou torná-lo inabitável para grande parte de seus membros” (“Aceleração 02”)
Cito:
A questão do Antropoceno (sic) rompeu o espaço estritamente científico onde nasceu e, na medida em que está ligada ao capitalismo (primeiro, o capitalismo industrial, depois, o capitalismo da automatização informática) desembocou numa problemática eminentemente política.
(Eu disse que o capitalismo ia acabar sendo responsabilizado pela desgraça. Não deu outra.) Pois bem, antes de tudo, desconfio de todos os termos bombásticos criados (no fundo) com o objetivo de chamar a atenção para nós e nossas próprias bobagens. Antropoceno é um caso desses: rima com Heloceno, Plistoceno; seria uma nova era geológica, desta vez, criada pela espécie humana. Não é pouca pretensão. Leia isso: “o Pleistoceno ou Plistoceno é a época do período Quaternário da era Cenozoica do éon Fanerozoico [Ave Maria!] compreendida entre 2,6 milhões e 11,7 mil anos atrás, abrangendo o período recente no mundo de glaciações repetidas” (Wikipedia).
Imagino que o Antropoceno seja daí pra mais. Tás pensando o quê?
Não tenho espaço, nem intenção, nem conhecimento específico, para aprofundar esse tema aqui. Sei apenas que o substrato da ideia da suposta nova era geológica criada e desgovernada pela espécie humana é, sem dúvida, a hipótese do Aquecimento Global. E eu tenho sérias desconfianças quanto a essa versão supostamente científica do Apocalipse (quase) Now.
Será que estou sendo obscurantista, depois de ter enaltecido, nos parágrafos anteriores, a Razão e, consequentemente, a Ciência? Não estou. É verdade que a maioria dos cientistas contemporâneos parece acreditar na hipótese do aquecimento global causado pela ação humana. Mas há uma diferença entre a legítima “proposição científica” e a crença de que uma determinada proposição tem direito a tal adjetivo. O alicerce filosófico mais conhecido da ciência moderna consiste na testabilidade das afirmações feitas em seu nome. O cientista (aqui sigo Karl Popper, claro) acredita provisoriamente nas proposições que, após formuladas, não foram desmentidas por sucessivos experimentos cujos resultados poderiam, em princípio, contraditá-las. A hipótese do Aquecimento Global nunca passou por esse crivo.
Que eu saiba, ninguém jamais conseguiu imaginar um experimento cujos resultados concebíveis e obteníveis num período de tempo suficientemente curto incluíssem um capaz de contradizer a hipótese do aquecimento global causado pela ação humana. (E que, portanto, no caso de esse resultado se verificar, validasse provisoriamente a hipótese alternativa de que os humanos não conseguem influenciar o clima, de modo que as mudanças que acontecerem ou estiverem acontecendo obedecem a outras causas?) Desconheço.[1]
A discussão nessa linha filosófica poderia ir longe. Não a prolongarei, entretanto, exceto para dizer mais uma coisa. A hipótese do Aquecimento Global induzido pela ação humana repousa em modelos computacionais cheios de equações, variáveis e parâmetros periodicamente revistos para gerar valores (das variáveis-meta, digamos assim) próximos aos efetivamente observados. Nessas condições, os modelos preveem, apenas, o que já aconteceu. Tenho familiaridade com isso, não na Climatologia, é claro, mas na Economia. Desconfio de que as coisas se passam de modo muito parecido, nos dois campos. Em 1 de janeiro de cada ano, as “previsões” de crescimento econômico do ano anterior geradas pelos melhores modelos econométricos se parecerão muito com o que, de fato, aconteceu. Provavelmente, o mesmo se dá com os modelos de mudanças climáticas.
Há uma outra forma – sociológica, não filosófica – de abordar o assunto. Ela começa pelo reconhecimento de que, hoje mais do que ontem, os produtos da “Ciência” são resultantes de uma atividade institucionalizada. Existe, em cada área, a específica “comunidade científica” que determina o que será ou não publicado, o que será ou não considerado produção científica. Antes disso: apenas serão feitas as pesquisas para as quais exista financiamento. A concessão desse depende da aprovação dos respectivos projetos e essa aprovação (ou não) é decidida pela mesma comunidade científica. O círculo se fecha. Agora imagine que um jovem pesquisador não conformista queira iniciar sua carreira num mundo em que a respectiva comunidade (também por razões sociologicamente explicáveis) acredite majoritariamente na tese do aquecimento global. Ele apresentará seu projeto. Se for astuto (omitindo o fato de duvidar das teses consensuais), poderá ter a pesquisa aprovada e financiada. Se não for, nem isso.
Pois bem, feita a pesquisa, digamos que o jovem descubra fatos que contrariam a sabedoria estabelecida. O que acontecerá? Num mundo popperiano, o consenso seria abalado e, dependendo dos resultados de outros experimentos, talvez viesse a ser, finalmente, destruído. Mas, seria mesmo? Talvez, não. Há centenas de outros pesquisadores trabalhando com as hipóteses convencionais, obtendo as conclusões que os seus colegas e as agências financiadoras tanto esperam e valorizam. Eles não apreciariam ser perturbados em suas certezas. Particularmente no caso do Aquecimento Global, a coisa toda virou um grande negócio (só assim se explica a avassaladora propaganda “espontânea” que a hipótese recebe da imprensa, de agências multilaterais, das Nações Unidas, de ONGs...) do qual muitos cientistas e não-cientistas ganham a vida. Poucos se importam com o que Karl Popper pensaria deles.
A hipótese das mudanças climáticas causadas pelas ações humanas pode até corresponder aos fatos. Mas os interesses econômicos, políticos e (pasmem) religiosos que se associaram a ela – por razões que também permitiriam uma bela análise sociológica – levam qualquer pessoa dotada de verdadeiro espírito científico a desconfiar seriamente de que o pacote não passa de uma grande fraude.
E se o Aquecimento Global for isso que parece ser, o Antropoceno, então, é que não valerá mesmo nada.
(4) Calamitá !!! (“Aceleração 02)
“Calamitá” é o site para o qual o historiador francês François Hartog – citado aprovativamente por Guerreiro e Duarte – deu uma entrevista. Imaginem o que se poderia esperar de um site com esse nome. Mas, vamos ao ponto. Um dos temas que fazem o “léxico de nosso tempo”, segundo os autores portugueses que estou a acompanhar é a “importante distinção entre, por um lado, o apocalipse, que se baseia numa tradição que remonta ao judaísmo, e (...) a catástrofe como modo contemporâneo de relação ao presente e ao futuro”. Confesso que não entendi bulhufas (acho, ao contrário, que as teses catastrofistas associadas ao aquecimento global são a versão moderna do Apocalipse), mas prossegui e encontrei o seguinte:
Se o apocalipse se insere num âmbito teológico, havendo nele uma relação com a verdade do tempo (...) a catástrofe encontra sua genealogia numa outra tradição mais recente, aquela da pequena burguesia que nasce com a modernidade e que, contra o apocalipse, lança a catástrofe como relação privilegiada com o tempo e o espaço.
Piorou muito.
Quanta bobagem embrulhada numa linguagem pretensiosa! E tem mais: “Aquilo que Ulrich Beck definiu como sociedade do risco é uma sociedade da catástrofe, isto é, uma sociedade em que a catástrofe faz parte de nosso cotidiano”. Outra besteira. De que sociedade eles estão falando? Do Nordeste brasileiro semiárido, até meados do século XX? Aí, sim, a catástrofe fazia parte do quotidiano. As secas aconteciam um ano em cada três e podiam durar trinta e seis, quarenta e oito, sessenta meses. A planta murchava, o gado morria, a frente de trabalho (uma invenção relativamente recente) demorava a chegar, o homem, a mulher, os filhos, a cadela Baleia caminhavam a pé em busca das cidades, onde também não iriam receber grandes socorros. Muitos morriam antes de chegar. Outros tantos, depois. Hoje, não é mais assim. O clima não mudou, mas os mecanismos de proteção emergenciais (frente de trabalho) e permanentes (Bolsa Família) retiraram das secas seu caráter catastrófico.
É daquele Nordeste de Graciliano Ramos que eles falam? Provavelmente, não. Será da Europa antes e durante as guerras de 1914-18 ou 1939-45? Não creio. A última grande guerra terminou há setenta e cinco anos, a Europa atual é completamente outra. Fora das contingências climáticas ou geológicas e das especulações tresloucadas de filósofos idem idem, não há catástrofes correntes ou iminentes nesse continente, nem nos Estados Unidos, nem no Canadá, nem no México, nem no resto da América Latina. Até a Ásia, que já foi mais conturbada, vive um período de grande prosperidade (China, Índia, Coreia do Sul, Malásia, Vietnam... O Japão também continua rico e tranquilo.) Onde diabos está essa “sociedade da catástrofe”? No Oriente Médio? Quem sabe, no Oriente Médio? Mas, então, por que os autores – portugueses – escrevem que “a catástrofe faz parte de nosso cotidiano”?
Só se for do cotidiano deles dois, nas suas relações com os respectivos psiquiatras.
(5) Duas sugestões de leitura
Se os amigos se interessam por esses temas, minha sugestão é que leiam Steve Pinker, O Novo Iluminismo: Em defesa da razão, da ciência e do humanismo (São Paulo, Companhia das Letras, 2018). Eu não concordo com tudo o que ele diz. Em particular, sua adesão acrítica à tese do Aquecimento Global induzido por ações humanas me parece inaceitável, pelas razões que, em parte, sugeri na presente carta. Mas o cara escreve com uma clareza extraordinária, não inventa termos rebuscados para ocultar a falta de substância, fundamenta seus argumentos em estatísticas ou em fatos. Não arrota sabedoria, ao contrário, convida à reflexão. Enfim, contribui para aumentar nosso conhecimento, não para nos fazer reféns da vacuidade envernizada.
Também recomendo Deirdre Mc Closkey: Bourgeois Dignity: Why Economics can´t explain the modern world (Chicago, The University of Chicago Press, 2010). Pinker e Mc Closkey concordam em um ponto muito importante: o reconhecimento de que o progresso econômico (capitalista!) ocorrido em boa parte do mundo nos últimos duzentos anos trouxe inestimáveis ganhos de bem estar para a humanidade. Esses ganhos deveriam ser protegidos da retórica afetada e derrotista de autores como os que escreveram um (felizmente) Breve Léxico de Nosso Tempo.

Abraço a todos.
G.M.G.



[1] Não tenho informação, tampouco, sobre qualquer experimento realizado ou concebido que fosse capaz, em tese, de invalidar (ou confirmar provisoriamente) a Hipótese Big Bang sobre a origem o universo. Talvez por isso, muitos cientistas deem pouco crédito a ela. (Partes da Relatividade, de Einstein, sim, foram testadas e não reprovadas. Inclusive em Sobral, Ceará, 1919.) A diferença (sociologicamente falando) entre o Big Bang e o Aquecimento Global é que a primeira hipótese não conta com a avalanche propagandística e a constelação de interesses econômicos que protege a segunda dos potenciais críticos, dificultando ou impossibilitando que eles apareçam mais. Sobre isso, falo um pouco no prosseguimento.

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