quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

DIAS DE LUZ


Gustavo Maia Gomes

Estou lendo as biografias de Severino Pereira da Silva e de Rubem Braga. Terminei de ler, há dois dias, Mario Vargas Llosa, “O chamado da tribo”.

Pereira foi um jovem pobre que saiu de Taquaritinga do Norte (PE) para se tornar, graças a muito trabalho, dedicação e talento, um dos maiores industriais brasileiros, em meados do século XX.

Braga, jornalista e escritor (admirado por meu pai) foi, talvez, o maior cronista brasileiro, aí pelos anos 1950-70. E olhe que a concorrência era pesada: Paulo Mendes Campos, Carlos Drummond de Andrade, Sérgio Porto, Carlinhos de Oliveira, Nelson Rodrigues ...

Vargas Llosa trata de grandes pensadores liberais (quase todos dos anos 1900) que influenciaram a formação de seu pensamento econômico e político: Adam Smith, Ortega y Gasset, Friedrich Hayek, Karl Popper, Raymond Aron, Isaiah Berlin e Jean-François Revel. Preciosas reflexões.

Também leio (na verdade, estudo) “O homem e o rio”, memórias poéticas, truncadas, caóticas de João Fernandes Lins, avô de Ricardo Maia, primo distante que vem se tornando próximo. (“Há os Maias de Eça e os Maias de Ricardo”, escrevi no “Uma noite em Anhumas”, livro que espero publicar neste ano de 2020.)

Escrevi isso tudo, no fundo, para dizer outra coisa: hoje faz um dia esplêndido, na minha casa com Lourdes. Menos, porém, do que fará amanhã, quando o Alto do Céu vai voltar a se encher de luz, mesmo que chova.

Referências

Luís Olavo Fontes, A passagem do cometa: Severino Pereira da Silva, pioneiro da industrialização brasileira no século XX" (Rio de Janeiro, Aeroplano, 2013)

Marco Antonio de Carvalho, "Rubem Braga, um cigano fazendeiro do ar: A biografia". (Nova edição, revista.São Paulo, Biblioteca azul, 2013)

Mario Vargas Llosa, "O chamado da tribo: Grandes pensadores para o nosso tempo. (Rio de Janeiro, Objetiva, 2019)

João Fernandes Lins, "O homem e o rio: Meu opúsculo" (Maceió, 1982)

(Publicado no Facebook, 19/1/2020)

Nenhum comentário:

Postar um comentário