quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

WANDERLEY


Gustavo Maia Gomes

Morreu Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político. O que tenho a ver com isso? À primeira vista, menos que nada. Afinal, ele -- entre muitas outras coisas, claro -- foi um admirador do mesmo PT que eu sempre detestei.

À "segunda vista", a história é outra. Durante anos (1998- 2011, por aí) trocamos mensagens eletrônicas intermitentes, a maioria relativas a artigos que eu viria a publicar na revista Insight Inteligência, de que ele era ou tinha sido editor. Guardo dele a impressão de um homem atencioso e dedicado ao seu trabalho.

Mas, nunca o encontrei pessoalmente. Naqueles anos, fui muitas vezes ao Rio de Janeiro. Só me lembrava de procurá-lo quando já estava de volta ao Recife. Lamento, tardiamente: deixei de viver momentos agradáveis e instrutivos.

Mesmo depois de sua saída, continuei colaborando com um artigo anual na Inteligência. (Já devem somar mais de vinte, portanto.) Com exceção do primeiro, quando o convite veio acompanhado do tema, eu tenho escrito sobre o que me dá na telha e, às vezes, a telha produz ideias esquisitas.

Mesmo assim, continuei a ser reconhecido e estimulado pelo diretor da revista, Luiz Cesar Faro, e o editor atual Christian Edward Cyril Lynch. Não consigo pensar em elogio maior aos dois do que declará-los dignos discípulos de Wanderley Guilherme dos Santos.

Morreu o cientista político de vasta obra e amplo reconhecimento. O que tenho a ver com isso? Tudo.

(Publicado no Facebook, 27/10/2019)

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